Infraestrutura é um dos gargalos para crescimento da exportação
O ano está terminando e o mercado já começa a falar sobre as previsões para o desempenho da economia do ano que vem. O governo projeta expansão de 4% como previsão de crescimento para 2013. Analistas já não esbanjam otimismo e citam índices menores, ainda decepcionados com o resultado insatisfatório do PIB pelo segundo ano consecutivo. No fundo não há como se prever a variação do Produto Interno Bruto (PIB) com tanta antecedência.
É possível identificar, no entanto, indicadores que sugerem os limites de um crescimento ancorado no consumo, sem desempenho igualmente exuberante dos investimentos público e privado necessários para expandir a produção. Superar falhas na infraestrutura, qualificar mão de obra e atrair dinheiro externo são tarefas obrigatórias do governo para 2013.
A presidente Dilma Rousseff falou de 2013 com otimismo, ressaltando o avanço na geração de empregos e no combate à pobreza e nem sequer mencionou o resultado do PIB de 2012, em seu pronunciamento de final de ano na noite de domingo (23).
“Tenho certeza que 2013 será um ano ainda melhor para todos os brasileiros e brasileiras”, afirmou. No pronunciamento, a presidente afirmou que, apesar da crise mundial, está otimista com os rumos do Brasil.
Dilma optou por não falar sobre o fraco crescimento econômico do país, mas encerrou seu pronunciamento pedindo aos brasileiros um voto de confiança e aos empresários que acreditem e invistam no país.
“Esse é um governo que acredita no seu povo, no seu empresariado, que respeita contratos e está empenhado na construção de novas parcerias entre os setores público e privado”, disse a presidente.
Desafios na infraestrutura
A ampliação do investimento público em infraestrutura física e humana, o aperfeiçoamento do mercado de capitais para desenvolver financiamento de longo prazo e o aumento da taxa de investimento estão entre as recomendações para o próximo governo fazer o dever de casa em prol da manutenção do crescimento econômico do país.
Será um governo sobre o qual haverá uma grande pressão para criar meios de o país garantir competitividade – às empresas e à população economicamente ativa. Reduzir o peso dos impostos, modernizar a infraestrutura e superar gargalos de logística são fatores essenciais para a competitividade brasileira.
A recente queda no saldo da balança comercial aponta um velho desafio: o Brasil não conseguiu retirar as travas que sufocam o crescimento das exportações. De Norte a Sul, exportadores enfrentam estradas esburacadas e mal sinalizadas, malha ferroviária insuficiente e dias nas filas para embarcar suas mercadorias nos portos. Ainda há a burocracia, sempre reclamada pelos empresários, que emperra as operações, falta de consolidação fiscal e acúmulo de impostos.
Uma das ferramentas criadas pelo governo Lula para atacar o problema foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007 para promover o planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável.
As ações, no entanto, ainda exibem resultados modestos e, em algumas obras, o ritmo é lento. O próprio governo admite que um dos principais desafios de longo prazo do país é aumentar a produtividade da economia.
O fato é que crescimento da economia não se obtém com pedido da presidente para empresários investirem. O que se espera é o enfrentamento do governo aos reais entraves à expansão econômica, para que esses empresários se sintam encorajados a investir. Mantendo esse estímulo artificial ao consumo como única ação do governo, se corre o sério risco de enfrentar um velho e perigoso inimigo: a inflação.
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