O corpo iluminado

24/03/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:43

BRILHO SAUDÁVEL: Cientistas japoneses descobriram que o corpo humano, na realidade, emite luz. (Photos.com)

Cientistas descobrem que o corpo humano emite luz

Quando pensamos sobre organismos luminosos, apenas alguns poucos exemplos vêm à mente. Os exemplos mais conhecidos de criaturas bioluminescentes incluem vagalumes e águas-vivas fluorescentes, mas recentemente os cientistas descobriram que o corpo humano também emite luz.

Através de um esforço conjunto entre os cientistas do Instituto de Tecnologia de Tohoku e da Universidade de Kyoto, no Japão, os pesquisadores descobriram que os seres humanos são, na verdade, organismos bioluminescentes… até certo ponto.

Naturalmente, a luz que os seres humanos emitem não é muito brilhante. Na realidade, o brilho que o nosso corpo emite é milhares de vezes inferior ao que os nossos olhos podem detectar. No entanto, cientistas descobriram que essa fraca fluorescência pode ser capturada por um equipamento ultrassensível conhecido como câmera criogênica com dispositivo-de-carga-acoplado (CCD).

Fotografando

A fim de capturar essa luz suave que emana do corpo, cientistas tiveram primeiro que esfriar a CCD a menos de 84ºC negativos e fotografar um indivíduo na escuridão completa. Descobriu-se que esta luz é do nível de um único fóton.

Em uma sala escura, cinco homens de aproximadamente 20 anos, ficaram sem camisa em frente à câmera e foram filmados por 20 minutos a cada três horas de 10 a.m. a 10 p.m. Os pesquisadores foram capazes de detectar uma emissão de luz destes sujeitos com comprimento de onda de 500-700 nm, reconhecíveis para os olhos humanos no espectro de cores como verde e vermelho.

Qualquer luminosidade, mesmo que fraca, torna-se uma característica interessante em um organismo, muito embora os seres humanos não sejam tão especiais neste ponto. Pesquisadores explicam que essa bioluminescência está presente em virtualmente todos os organismos.

No entanto, outro estudo feito no Instituto Internacional de Biofísica na Alemanha descobriu que a emanação de luz aumentou em sujeitos que meditavam. Observando mudanças biomecânicas seguidas do período de meditação, pesquisadores descobriram que a prática de fato aumentou a emissão de fótons.

Faces iluminadas

A emissão de luz ultrafraca não tem relação significante com a temperatura. Pelo contrário, ela está mais conectada a uma série de intrincadas reações químicas no processo metabólico, a qual transfere energia para os fluoróforos, componentes moleculares responsáveis pela fluorescência.

Dependendo do número de fluoróforos e seu ambiente, a fluorescência difere em intensidade e comprimento de onda. Por isso os pesquisadores observaram uma emissão mais forte da face que do corpo. Quando se trata de exposição geral à luz solar, a face está mais exposta, e um número maior de fluoróforos são encontrados na face do que na pele do resto do corpo.

Os pesquisadores também descobriram que estas emissões de luz variam ao longo do dia, com a luminosidade mais fraca as 10 a.m. e a mais forte as 4 p.m. Eles acreditam que isso está possivelmente relacionado ao ritmo circadiano, nosso relógio bioquímico interno responsável por regular uma série de processos fisiológicos no corpo.

Segundo o pesquisador Hitoshi Okamura, um biólogo circadiano da Universidade de Kyoto, esses achados sugerem que a emissão de luz pode ajudar a identificar certas condições médicas.

Leia o artigo da pesquisa dos cientistas japoneses aqui.