O aspartame é um adoçante artificial, que, uma vez consumido, se fragmenta em três componentes, o ácido aspártico, a fenilalanina, e o metanol.
O aspartame foi considerado próprio para o consumo por mais de 100 países em todo o mundo, mas há evidências de que cada componente químico do aspartame pode ter efeitos tóxicos. É curioso que os estudos sobre a segurança do aspartame financiados pela indústria invariavelmente foram a favor do aspartame, mas trabalhos com subsídios independentes quase sempre acharam exatamente o contrário.
Não houve nenhum estudo de segurança de longo prazo em seres humanos, mas houve alguns em animais, e talvez um dos mais preocupantes deles foi publicado em 2006. Desenvolvido na Itália pela Fundação Europeia Ramazzini, descobriu-se que a ingestão de longo prazo do aspartame em ratos aumentou o risco de várias formas de câncer [1].
Esta associação foi descoberta até mesmo em níveis de ingestão de aspartame abaixo do limite máximo oficial para seres humanos. Na Europa, enquanto a ingestão de 40 miligramas de aspartame por quilograma de peso corporal por dia é considerada segura, pode ser visto um crescente risco de câncer em ratos com o consumo de apenas metade desta quantidade.
Ramazzini imediatamente continuou com mais pesquisas, nas quais os ratos eram expostos ao aspartame na gestação e depois do nascimento. As crias produzidas por estas gestações mostraram aumento no risco de câncer. A exposição durante a gestação mostrou a elevação do risco de câncer [2].
À luz deste tipo de evidência, como ainda é permitido que o aspartame seja vendido e consequentemente ingerido por homens, mulheres, grávidas, crianças e fetos em desenvolvimento? É porque nossas autoridades reguladoras dizem que está OK.
Entretanto, talvez as coisas devam ser mudadas. Eu li no jornal online americano The Huffington Post que a FDA deverá banir o aspartame [3]. De acordo com o Prof. Sam Epstein, especialista na prevenção do câncer e professor emérito na Universidade de Illinois em Chicago, “De acordo com provisões explícitas na Lei Delaney de 1958, que exige a suspensão automática dos aditivos alimentares cancerígenos, está previsto que o Dr. Margaret Hamburg, o recentemente nomeado comissário chefe do departamento da FDA e grande defensor da saúde pública, irá banir prontamente o uso contínuo do aspartame.” O que eu considero que será algo muito bom.
Também percebi no comentário do Dr. Epstein que ele alega que “O aspartame tem baixa caloria [adoçante], o que ajuda as pessoas a controlarem o peso.” Na verdade, nós não sabemos se isto é verdade, uma vez que não há nenhum único estudo devidamente desenvolvido que mostre que o aspartame (ou qualquer outro adoçante artificial) ajude na perda de peso. Eu penso que uma forma do aspartame fazer perder peso é ele trazer câncer às pessoas.
Refererências:
1. Soffritti M, et al. First experimental demonstration of the multipotential carcinogenic effects of aspartame administered in the feed to Sprague-Dawley rats. Environmental Health Perspectives 2006; 114(3): 379–85
2. Soffritti M, et al. Life-span exposure to low doses of aspartame beginning during prenatal life increases cancer effects in rats. Environmental Health Perspectives 2007; 115(9): 1293–7
3. An Overdue Ban On A Dangerous Sweetener: http://www.huffingtonpost.com/samuel-s-epstein/an-overdue-ban-on-a-dange_b_250249.html
O Dr. John Briffa é um médico de Londres e escreve sobre saúde, com interesse em nutrição e medicina natural. Seu website é Drbriffa.com