Províncias da China estão registrando um ‘produto interno bruto’ (PIB) total que se mostra maior do que o agregado nacional, embora sete províncias nem sequer tenham comunicado seus valores ainda, segundo um artigo recente do Beijing Times.
Especialistas dizem que os governos locais estão inflando seus dados. Liu Yuanchun, vice-diretor da Escola de Economia da Universidade Remin da China, disse ao Beijing Times que os governos locais modificam seus dados “para torná-los melhores e para cumprir os requisitos de economia de energia, crescimento do PIB e outros indicadores”.
Liu também apontou outra causa para a distorção do PIB local, a duplicação excessiva de dados de atividades econômicas inter-regionais. Ele disse que a falta de precisão estatística muitas vezes resulta de uma única atividade econômica inter-regional ser tabulada em duas províncias distintas.
Até o momento, 24 províncias publicaram seu PIB, enquanto outras quatro apresentaram apenas as taxas de crescimento do PIB; três outras províncias não publicaram nada. Com base nos dados recebidos, a Secretaria Nacional de Estatísticas da China calculou o PIB total de 28 províncias em 58,9423 trilhões de yuanes (US$ 9,74 trilhões). O PIB nacional é de 56,8848 trilhões de yuanes (US$ 9,4 trilhões).
Projeções de crescimento
Em 2013, 24 províncias projetaram uma taxa de crescimento do PIB na casa dos dois dígitos, mas os números reais caíram bem abaixo dos desejos das autoridades comunistas.
Treze províncias, principalmente na China central e ocidental, atingiram suas metas. As taxas de crescimento das províncias orientais mais bem desenvolvidas foram inferiores a 9%. Entre elas, o crescimento esperado de Pequim caiu abaixo de 7,5%, o que a coloca na última posição junto com Shanghai.
As metas de crescimento para 2014 são mais conservadoras. Apenas a província chinesa mais rica, Guangdong, aumentou sua taxa de crescimento do PIB prevista para o ano de 2014. Vinte províncias diminuíram a taxa de crescimento esperada e 5 províncias mantiveram a mesma projeção em relação ao ano anterior.
No geral, o mesmo padrão se segue desde o ano passado, quando se esperava que as províncias ocidentais tivessem uma taxa de crescimento mais elevada em comparação com as províncias orientais.
Liu Shangxi, vice-reitor do Instituto de Pesquisa para a Ciência Fiscal do Ministério das Finanças, disse que com base na “mudança pró-infraestrutural e pró-reforma”, era irrealista esperar um crescimento elevado. “A redução da taxa de crescimento do PIB é muito normal”, disse ele.