Números de exportação da China parecem ter sido inflados

16/04/2013 14:22 Atualizado: 16/04/2013 14:22
Fonte diz que oficiais estão aumentando os números para se protegerem
Um trabalhador descansa em frente a contêineres no terminal Kwai Chung em Hong Kong em 29 de março de 2013 (Philippe Lopez/AFP/Getty Images)

Novos dados do comércio exterior divulgados pela administração alfandegária da China indicam um grande aumento de exportações para Hong Kong em relação a um aumento moderado para os Estados Unidos e Europa, mas analistas estrangeiros duvidam da autenticidade dos dados publicados.

Um relatório de 10 de abril da alfândega chinesa pelo mês de março afirmou que as importações aumentaram 14,1%, após uma taxa de crescimento de 5% em janeiro-fevereiro, enquanto o crescimento das exportações caiu para 10% em comparação com os 23,6% dos últimos dois meses. O aumento do comércio produziu um déficit comercial de 880 milhões de yuanes (c. US$ 142 milhões), sugerindo que fabricantes e consumidores chineses poderiam estar comprando mais.

No entanto, a exportação para Hong Kong aumentou 74,2% no primeiro trimestre deste ano, enquanto a exportação para a Europa e os Estados Unidos aumentou apenas 1,1 e 6,8% respectivamente. Esta é a primeira vez que o comércio bilateral entre Hong Kong e o continente alcançou estes números, com base em dados históricos do Partido Comunista Chinês (PCC).

Analistas questionaram os números, dizendo que eles podem ter sido distorcidos por meio da manipulação do governo ou devido a falsas declarações de comércio por parte das empresas.

“O número de crescimento de 10% [das exportações] mascara uma realidade desconfortável; ou os dados de comércio não são confiáveis ou, se são confiáveis, então o que está sendo contabilizado como exportação não é realmente exportação”, disse Alistair Thornton, um economista especializado em China da IHS Global Insight, segundo o Financial Times. “A discriminação das exportações por destino aponta para o absurdo.”

Uma fonte de comércio exterior disse que o excessivo aumento deve-se aos funcionários do governo provincial e local criarem aumentos comerciais arbitrários para protegerem seu status político, informou o 21st Century Business Herald em 10 de abril.

Durante um fórum de comércio exterior para as sete províncias do Nordeste em abril de 2012, uma “ordem militar” foi emitida para manter a taxa de crescimento anual em 10%, disse uma fonte familiarizada com o assunto ao Epoch Times. Em seguida, os governos locais adotaram um método para aumentar o volume de comércio por meio da “zona especial de controle alfandegário” de Hong Kong. Como Hong Kong tem alfândega própria, Pequim pode tratar Hong Kong como seu maior parceiro comercial, mesmo que seja parte da China.

Por exemplo, segundo a fonte familiarizada com o modus operandi, alguns governos locais pagam os custos de frete para empresas na zona especial de controle alfandegário para enviar todos os seus bens estocados nos portos para Hong Kong e depois de volta no dia seguinte. Como cada contêiner equivale a US$ 4 milhões em comércio, a viagem de ida e volta pode gerar US$ 800 milhões, permitindo que algumas zonas especiais possam alcançar US$ 1,6 bilhão em volume de comércio em 40 dias.

Os dados mensais de comércio da China têm flutuado desde o ano passado. Após uma queda acentuada em abril passado, houve uma recuperação inesperada em maio. Em seguida, houve pouca mudança em julho e agosto, seguido de melhorias significativas em setembro e outubro e outro mergulho em novembro. Este padrão incomum leva muitos a acreditarem que os dados têm sido falseados.

No entanto, alguns analistas chineses afirmaram que o país passa por uma recuperação econômica, embora fraca, segundo um artigo de 10 de abril no website de comércio exterior Ieforex.com.

Wang Jianhui, vice-diretor do Instituto de Pesquisa de Capital de Títulos, disse à imprensa chinesa que os governos locais podem ter inflado comércio exterior após o líder chinês Xi Jinping anunciar no recente Fórum Boao que a China importará US$ 1 trilhão de bens ao longo dos próximos cinco anos.

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