Milhões de jovens recém-graduados estão à procura de emprego nas cidades chinesas, formando um grupo social em rápido crescimento e que tem sido chamado de “tribo de formigas”.
Este grupo contém mais de três milhões de jovens, que têm abundância de educação universitária, mas muito pouco rendimento, segundo um estudo publicado no periódico Asian Social Science. Eles vivem amontoados em quartos pequenos, muitas vezes com apenas 10 metros quadrados de espaço por pessoa, diz o estudo.
Os membros da “tribo de formigas” em Pequim se sustentam com uma média de 2.200 yuanes (US$ 359) por mês, estimam os autores do estudo. A maioria dos entrevistados considerou 5 yuanes (US$ 0,82) muito para gastar numa refeição.
A “tribo de formigas” começou a aparecer em 2005 e agora cresce em 200-300 mil pessoas por ano, diz o estudo. Muitos desses jovens sofrem de desnutrição e fadiga e mudam frequentemente de emprego.
A população “formiga” em Pequim atingiu mais de 160 mil, segundo uma reportagem recente da Rádio China Internacional, uma mídia porta-voz do regime chinês.
“A tribo de formigas ilustra uma disparidade drástica entre a juventude educada e o boom econômico da China”, escreveu Winston Wenyan Ma, um blogueiro do Fórum Econômico Mundial.
“Esse descompasso ocorre em parte devido ao modelo econômico existente na China, que privilegia o comércio (de exportação) e o investimento (em infraestrutura), mas é lento em produzir empregos de qualidade”, acrescentou Wenyan Ma.
“Eles se chamam ‘tribo de formigas’, devido a sua natureza trabalhadora, mas também por causa de suas condições de vida apertadas e magras.”
Eles vêm em grande parte de áreas rurais e a política do filho único do regime chinês muitas vezes significa que uma família inteira depende do sucesso de uma única criança. Muitos pais rurais economizar dinheiro suficiente arduamente para enviar seus filhos únicos para a universidade, mas estes frequentemente não conseguem boas condições de vida.
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