Se uma nave extraterrestre se aproximar de uma estrela, os futuros telescópios poderão detectá-la, segundo o astrônomo Duncan Forgan, do Observatório Real de Edimburgo, Reino Unido.
Além de detectar os clássicos sinais de rádio, esta foi uma das tantas ideias que surgiu no programa britânico “Busca por vida extraterrestre (UK SET)”, lançado em 05 de julho, durante a Reunião Nacional de Astronomia em St. Andrews composta por um grupo de astrônomos e acadêmicos de 11 diferentes instituições do Reino Unido. O líder da equipe é o professor Martin Rees da Sociedade Astronômica Real (RAS).
“As possibilidades de ver mega construções são provavelmente muito baixas”, disse Forgan, considerando que nem todas as naves visitarão sua estrela. “De qualquer forma teremos um enorme arquivo de dados de outros planetas para buscar estes objetos, sem custo adicional para os cientistas da SETI”, agregou o astrônomo.
“Vamos poder detectar a presença ou permanência de uma civilização alienígena que sentiu a necessidade de viajar à sua estrela!” destacou Forgan.
O método utilizado é o mesmo usado na detecção de planetas extra solares, e implica em reconhecer os momentos em que o objeto produz uma sombra na luz da estrela. É justamente assim que o telescópio Kepler da NASA ou os telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) encontram os chamados exoplanetas. Porém, esta pesquisa (da UK SET) será feita em um nível mais apurado.
“É um tipo de mega estrutura basicamente formada por um grande espelho; o espelho reflete a radiação da estrela e produz um tipo de impulso, igual a uma vela que produz um impulso de vento”, afirmou Forgan.
A proposta clássica dos astrônomos é a de detectar sinais de rádio de civilizações extraterrestres. A construção do telescópio Lovell, em Jodrell Bank, poderia cobrir esses objetivos, segundo o Dr. Tim O’Brien do Observatório Jodrell Bank da Universidade Manchester.
O’Brien lembrou que, entre 1998 e 2003, fez parte de outro estudo, o da Instituição SETI, no projeto Fenix, o qual buscava sinais em estrelas próximas. “Naquela época a equipe necessária para este tipo de trabalho era cara e pouco comum, porém nossos telescópios modernos são potencialmente capazes de realizar este tipo de observação como uma simples rotina”, disse O’Brien.
“A matriz do e-MERLIN que inclui o telescópio Lovell, está conectada por fibras ópticas e se estende por 217 km, indo de Jodrell Bank à Cambridge. Este enfoque multi telescópico oferece um grande potencial para distinguir os verdadeiros sinais extraterrestres”, informou a Universidade de Manchester.
“O novo trabalho da SETI em Jodrell já está concluído, porém acreditamos que o uso do e-MERLIN e das instalações futuras, como o Conjunto do Quilometro Quadrado, poderiam trazer uma importante contribuição na busca de vida inteligente em outras partes do universo”, concluiu Tim O’Brien.
A Sociedade Astronômica Real destacou que o projeto UK SETI, também chamado UKSRN, se baseia na pergunta do físico Enrico Fermi: “Onde está todo mundo?”.
Para isto, o Dr. Anders Sandberg, da Universidade de Oxford, também está investigando a questão da distância no espaço e tempo que deveria percorrer uma civilização para interagir com a Terra. A pergunta é: “Se há milhões de galáxias no universo, será que todas elas contêm vida extraterrestre?”.