Novos líderes do Partido Comunista Chinês anunciados

16/11/2012 08:30 Atualizado: 16/11/2012 01:55
Clímax do 18º Congresso Nacional em Pequim, a apresentação do novo Comitê Permanente do Politburo
A antiga liderança do Partido Comunista Chinês aplaude de pé durante o fechamento do 18º Congresso Nacional em Pequim em 14 de novembro. No dia seguinte, os novos líderes foram revelados (Lintao Zhang/Getty Images)

Um dia depois da conclusão 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC), os 376 membros do Comitê Central que foram nominalmente “eleitos” durante o evento entraram mais uma vez no Grande Salão do Povo e “elegeram” o novo Politburo.

O resultado desses eventos foram planejados e decididos nos bastidores do PCC com antecedência, é claro. A votação foi apenas para exibição. Mas o ritual desempenha um papel crucial para o regime comunista da China e, logo após o “voto”, os novos membros do comitê foram festejados para encontrar e cumprimentar a mídia estrangeira e estatal que esperava. Os convidados foram mantidos esperando quase uma hora, um atraso recorde no roteiro estritamente executado da ritualística política comunista chinesa.

Uma combinação de imagens mostra os novos membros do Comitê Permanente do Politburo da China (da esquerda para a direita): Xi Jinping, Li Keqiang, Zhang Dejiang, Yu Zhengsheng, Liu Yunshan, Wang Qishan e Zhang Gaoli. A China revelou seus novos líderes em 15 de novembro de 2012 (AFP/AFP/Getty Images)

Todos os olhos estavam sobre o Comitê Permanente do Politburo, um grupo de sete homens (reduzido de nove) que é o centro nervoso do PCC. A composição do Comitê Permanente foi questão de especulações e conjecturas por meses.

Duas posições no corpo já haviam sido decididas: Xi Jinping, o secretário-geral do PCC, e Li Keqiang, o próximo primeiro-ministro.

Os cinco novos membros do grupo de elite, anunciados pela primeira vez em 15 de novembro em Pequim, foram: Zhang Dejiang, Yu Zhengsheng, Liu Yunshan, Wang Qishan e Zhang Gaoli.

Esses cinco nomes foram o resultado mais significativo e um dos poucos elementos desconhecidos na última semana do Congresso político em Pequim, período em que as forças de segurança do PCC atacaram duramente dissidentes e religiosos em todo o país e colocaram a capital sob uma versão suave de lei marcial.

Zhang Dejiang, de 66 anos, é um príncipe, filho de um general da artilharia. Mais recentemente, ele desempenhou o papel de contenção de danos em Chongqing, substituindo o político chinês desgraçado Bo Xilai no início deste ano. Zhang Dejiang foi promovido por Jiang Zemin no início de sua carreira, mas agora seria leal a Hu Jintao.

Yu Zhengsheng, de 68 anos, tem sido chamado de “lubrificante” no Comitê Permanente devido a seu histórico familiar vermelho e extensas conexões políticas. Yu Zhengsheng tem uma história de laços com Jiang Zemin, mas como também sabe quando os ventos políticos mudam, ele passou de apoiar Bo Xilai para denegri-lo impiedosamente após o incidente de Wang Lijun este ano.

Liu Yunshan, de 65 anos, tem sido diretor do departamento de propaganda desde 2007 e tem conduzido a propaganda contra grupos específicos, como o Falun Gong. Sua carreira está intimamente ligada a Hu Jintao e à Liga da Juventude Comunista, a base de poder de Hu Jintao.

Wang Qishan, de 64 anos, é mais conhecido por suas credenciais de reforma financeira. Ele tem sido um membro do Politburo desde 2007 e vice-primeiro-ministro desde 2008. Wang Qishan é um príncipe e é considerado um protegido de Zhu Rongji, um ex-primeiro-ministro de espírito reformista, e, em menor medida, de Jiang Zemin. Wang Qishan administrou a instituição estatal Banco de Construção da China de 1994 a 1997.

Zhang Gaoli, de 65 anos, foi secretário do PCC em Tianjin desde 2007. Ele é um protegido de Jiang Zemin e de Zeng Qinghong, outro aliado de Jiang Zemin, e foi favorecido e promovido devido a laços com Zeng Qinghong.

Havia algumas outras perguntas de importância fundamental sobre os novos cinco nomes. Todas amplamente relacionadas à luta política entre Hu Jintao e o ex-líder chinês Jiang Zemin, que tem ocorrido durante a última década, desde que Hu Jintao tomou as rédeas do poder, mas que se intensificaram este ano com o escândalo político de Bo Xilai.

De importância primordial foi a decisão de Hu Jintao de renunciar à presidência da Comissão Militar Central (CMC), o que também foi anunciado. Um artigo postado de forma destacada na Xinhua, a mídia estatal porta-voz do regime, na manhã deste encontro crítico, foi intitulado “O PCC resolutamente eleva alto a bandeira do Estado de Direito, varrendo o residual ‘regime do homem’”.

Para observadores astutos da política chinesa, em que um editorial cuidadosamente colocado pode sinalizar uma mudança política mais ampla, o artigo era uma facada na ostentação de Jiang Zemin sobre os procedimentos estabelecidos da liderança do PCC, até mesmo no recém-concluído Congresso. A pessoa em pé e sentada ao lado do chefe em conferências políticas por direito deve ser o segundo no comando, mas Jiang Zemin regularmente apareceu ao lado de Hu Jintao durante a última semana, mesmo que não tenha qualquer posição oficial.

O recuo de Hu Jintao também deu a Xi Jinping carta branca para trabalhar. O PCC é agora sua responsabilidade, uma tarefa já não compartilhada com Hu Jintao.

“A nova formação do Comitê Permanente acelerará o fim do PCC”, disse Zhang Tianliang, um especialista em política chinesa baseado em Washington. “As tentativas do PCC de prolongar sua vida por meio de uma reforma evidentemente falharam.”

Zhang Tianliang referiu-se ao envolvimento de Zhang Dejiang no desastre ferroviário de alta velocidade em Wenzhou; aos vacilos de Zhang Gaoli ao lidar com um grande incêndio em Tianjin; e à mão de ferro de Liu Yunshan na censura da mídia. “O povo chinês vê esses homens como bandidos. Essa seleção extinguirá completamente qualquer esperança de mudança que o povo possa ter tido e muito provavelmente acelerará a chegada do dia em que o povo chinês se livrará inteiramente do PCC.”

Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT