Novo líder de Chongqing diz que Bo Xilai prejudicou a imagem da China

20/06/2012 02:00 Atualizado: 20/06/2012 02:00

Bo Xilai no Congresso Nacional Popular em 5 de março em Pequim, China. O ex-chefe do PCC em Chongqing teve seus negócios ilícitos com empresas estrangeiras recentemente expostos. (Feng Li/Getty Images)O novo líder do Partido Comunista Chinês (PCC) na megalópole de Chongqing disse que as consequências do escândalo de Bo Xilai têm prejudicado a imagem do PCC e afetarão o desenvolvimento da cidade.

Em comentários feitos na reunião da liderança do PCC em Chongqing na segunda-feira, Zhang Dejiang criticou Bo, o homem que ele substituiu, por “prejudicar gravemente à imagem do PCC” e da China, segundo uma transcrição publicada no website da cidade.

Bo, um ex-membro do Politburo e uma vez considerado uma estrela em ascensão no PCC, foi expulso do poder em março e está sob investigação por graves “violações disciplinares”. Zhang se referiu especificamente à morte do empresário britânico Neil Heywood no discurso de segunda-feira, apesar do caso do PCC contra Bo ir muito além disso.

Em 6 de fevereiro, Wang Lijun, o chefe de polícia de Chongqing e braço-direito de Bo, fugiu para uma embaixada dos EUA na tentativa de pedir asilo, desta maneira marcando o início da queda de Bo. Zhang também se referiu ao incidente de Wang Lijun.

Bo é parte da “facção das mãos ensanguentadas”, ou seja, ele é um dos principais aliados do ex-líder chinês Jiang Zemin e de Zhou Yongkang, o membro do Comitê Permanente do Politburo que supervisiona o poderoso Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL). Segundo relatos, Bo e Zhou conspiravam para tomar a liderança do país depois que Xi Jinping assumisse a chefia do PCC e do Estado ainda este ano. Oficiais testemunharam que Bo colocou escutas nos líderes do topo do PCC. Ele também é culpado de fomentar um culto à personalidade em Chongqing centrado num revivalismo maoísta e na repressão (e apropriação de bens) de empresários e criminosos rotulados como pertencentes à máfia.

Quando Bo foi removido do poder, ele também expôs o abismo entre a facção das mãos ensanguentas e os atuais líderes do PCC, o secretário-geral Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao, diante de cada mudança importante da liderança em outubro.

As críticas de Zhang contra Bo são uma raridade na China, enquanto muitas mídias estatais e a maioria dos oficiais do governo têm permanecido em silêncio sobre a questão desde que o ex-chefe de Chongqing foi despojado do poder.

Zhang também disse, “Acreditamos que devemos separar as realizações em Chongqing e o trabalho árduo de seus moradores nos últimos cinco anos” da destituição de Bo e suas violações, a morte de Heywood e a fuga de Wang Lijun para o consulado dos EUA.

Bo é acusado de nepotismo, corrupção e abuso de poder, através da aquisição de confissões forçadas, uso de tortura e outros crimes. É dito que Bo foi leal a Jiang Zemin por zelosamente realizar a perseguição aos praticantes do Falun Gong.

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.