Novo líder chinês solidifica laços com militares em visita a Guangdong

14/12/2012 13:56 Atualizado: 14/12/2012 13:56
Xi Jinping conduz um tour de inspeção na região militar de Guangzhou, informou a mídia estatal (Imagem de tela da CCTV)

A recente visita do novo líder chinês Xi Jinping a Guangdong, no Sul da China, teve por trás uma razão principal e não foi somente para colocar uma coroa de flores no monumento de Deng Xiaoping; foi uma oportunidade para Xi Jinping visitar os líderes militares na região e solidificar seu poder nas forças armadas.

A mídia estatal informou que o objetivo principal da visita foi anunciar ao mundo que: “A China continuará a ser persistente com sua reforma e abertura criada por Deng Xiaoping.”

Mas depois de visitar Shenzhen, Zhuhai e Shunde, que é a mesma rota que Deng Xiaoping fez em sua turnê sulina de 1992, Xi Jinping e sua equipe passaram a visitar os militares de Huizhou no Monte Luofu em 10 de dezembro, segundo a emissora Phoenix de Hong Kong.

A província de Guangdong é o centro econômico do Sul da China e depende das exportações. Mas, devido à desaceleração da economia mundial e da instabilidade social, Guangdong está sentindo os abalos.

O comentarista político Lin Yifeng disse ao Epoch Times que Guangdong é um lugar muito especial. Os líderes comunistas escolheram Guangdong como seu primeiro campo de testes para experimentar com a reforma. Qualquer instabilidade em Guangdong resultará em seus planos de reforma política e econômica serem liquidados. A visita de Xi Jinping a Guangdong foi para garantir a estabilidade e sossegar os militares.

No momento atual, Xi Jinping e a facção do líder Hu Jintao que acabou de deixar o cargo têm o poder militar, enquanto o ex-líder Jiang Zemin tem seus homens no Comitê Permanente do Politburo. Isso criou uma espécie de equilíbrio nos ferozes conflitos de poder no Partido Comunista Chinês (PCC).

O incidente de Bo Xilai no início deste ano, que incluía assassinato e rumores de golpe de Estado, demonstrou os excessos e as vulnerabilidades no sistema. Depois que Bo Xilai foi deposto e, finalmente, expulso do PCC, Hu Jintao buscou ganhar o apoio dos militares. Enquanto que pela maior parte ele conseguiu, ainda existem aqueles nas forças militares que apoiam Bo Xilai.

Um deles é Zhang Haiyang. Ele era considerado um candidato para dirigir o departamento geral de política do Comitê Militar Central, em outras palavras, ele seria o chefe do departamento político no órgão que comanda as forças armadas. Na sombra de Zeng Qinghong, que é um príncipe da mesma facção que Bo Xilai, Zhang Haiyang não leva Xi Jinping a sério como líder do Partido. De acordo com fontes, criar equipes secundárias e separatistas entre os militares é parte da estratégia de Zeng Qinghong para garantir que a influência de sua facção não seja totalmente eliminada entre os militares.

Uma fonte disse à mídia Mingpao de Hong Kong que Wang Yang, o governador pró-reforma da província de Guangdong, será transferido para Pequim. Seu mais provável substituto é Hu Chunhua, considerado um membro do gabinete de Hu Jintao e da sexta geração de líderes do PCC.

Zhang Yang, outro dos membros do gabinete de Hu Jintao, também será transferido para o Departamento Geral de Política de seu posto atual na região militar de Guangzhou. Lin Yifeng sustenta que a transferência de poder na província de Guangdong, a linha de frente da reforma, é fundamental neste momento e Xi Jinping definitivamente precisava ter uma conversa com a principal força militar em Guangzhou.

Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT