A dinâmica e equilíbrio de poderes no Sul da Ásia dependem de sua maior democracia: a Índia. Com um novo governo indiano estável, este dinamismo de poderes está prestes a ser alterado, caso o novo governo cumpra com suas promessas de tornar a Índia livre da corrupção e territorialmente mais forte.
Por décadas, a Índia não foi capaz de resolver suas maiores disputas com os países vizinhos. A Índia alega que o Paquistão ocupa ilegalmente 30 mil milhas de seu território, e que a China ocupa outras 16 mil milhas. Combinados, é o tamanho da Pensilvânia. A Índia também ocupa um território que estes países alegam ser deles.
Narenda Modi, o novo primeiro ministro indiano, cuja campanha virou notícia, – e que chamou mais atenção do qualquer outra campanha na Índia – fez promessas de desenvolvimento, eliminação de corrupção e segurança na proteção do território nacional.
“Se o Modi conseguir cumprir estas promessas, então a imagem da Índia como nação poderosa e o potencial indiano vai acelerar. Se isto ocorrer, – como Modi claramente prevê – a relação com seus vizinhos irá mudar”, disse o Dr. Ajai Sahni, Diretor Executivo do Instituto para Administração de Conflitos e Portal Antiterrorismo do Sul da Ásia, em Nova Délhi.
Poucas semanas depois de subir ao poder, o governo de Narendra Modi decidiu acelerar construções de estradas e projetos de defesa estratégicos ao longo da fronteira com a China.
Modi também possui planos ambiciosos de visitar sete países estrangeiros pelos próximos seis meses, claramente tentando passar a mensagem de que este seu novo governo pretende fazer novos negócios.
Um novo governo poderoso
A dinâmica política indiana, depois deste ano eleitoral, está muito diferente das décadas passadas.
Desde 1980, nenhum partido político indiano teve maioria efetiva de votos para governar o país de Nova Délhi. Isso ocasionou alianças de governos – Partidos com ideias semelhantes passaram a se unir para governar o país. Isto ficou conhecido popularmente como a era de aliança da política indiana.
A aliança sempre foi acompanhada de corrupção e indecisão, ambos no nível nacional e em termos de relações estrangeiras.
Mas atualmente, somente um partido – o Bharatyia Janata – possui a maioria efetiva de votos. Isto significa que o governo atual tem mais poder de tomar decisões.
“As pessoas estão notando este governo de modo diferente dos anteriores. Há um mandato sem precedentes nas últimas três décadas”, disse Sahni. De acordo com ele, os projetos do governo no passado foram todos seguidos de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo um artigo publicado ano passado pela Universidade de Economia de Harvard, 50% do dinheiro do governo era para ser destinado a programas de benefícios e os subsídios acabaram nos bolsos dos políticos, burocratas e executivos influentes.
Sob estas circunstâncias, a ascensão de Modi ao poder é ainda mais significante, pois ele possui histórico financeiro limpo quando atuou como líder de Gujarat, um Estado que ele governo por 14 anos antes de se tornar primeiro ministro.
“Mesmo seus maiores críticos não o acusaram de apropriação indébita. Portanto, se você tem um homem no poder incorruptível, bem em cima do sistema, a corrupção torna-se cada vez mais difícil de penetrar na cadeia”, disse Sahni.
De acordo com Sahni, se a Índia for capaz de eliminar a corrupção ao máximo, pode ocorrer uma transformação. Poderia criar uma imagem de nação forte perante seus vizinhos.
“Se a equação do poder entre Índia e Paquistão ou Índia, Paquistão e China como tríade permanecer tensa como de fato está, então nossas relações continuarão iguais”, disse Sahni. “No entanto, se a equação de poder for alterada drasticamente em favor de um ou outro na mesma região, então as relações automaticamente começarão a se alterar. E isto é, devo dizer, o potencial de promessa de um novo futuro.”