O temido tubarão branco cresce mais lentamente e vive mais tempo do que se pensava, segundo estudo realizado pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole.
Em estudos anteriores, considerava-se que os indivíduos mais velhos dessa espécie alcançavam até 23 anos de idade. No atual estudo, que mediu a idade com base no radiocarbono acumulado nos corpos de tubarões brancos expostos à radiação nuclear na década de 1960, foi possível determinar mais precisamente a longevidade da espécie e, assim, rever as estimativas de vida para mais de 73 anos para machos e mais de 40 anos para fêmeas.
Entender a taxa de crescimento e longevidade do tubarão branco, sua maturação sexual e as diferenças no crescimento entre machos e fêmeas é importante para os esforços de preservação da espécie.
Normalmente, a determinação da idade em peixes baseia-se na análise dos padrões de tecidos mineralizados nas vértebras, que crescem durante toda a vida de um peixe, acrescentando anualmente anéis de modo semelhante ao que ocorre com os anéis existentes no interior dos troncos de árvores. No entanto, estimar a idade de tubarões brancos é bem mais difícil, pois, nas suas vértebras, esses padrões não representam exatamente o crescimento anual e a real idade.
Para o estudo, os pesquisadores aproveitaram o radiocarbono resultante de teste termonucleares realizados durante os anos de 1960 em certos locais do oceano e que acabou incorporado em espécies marinhas que viveram durante esse período nesses locais. A medição do radiocarbono permitiu aos pesquisadores estabelecer com mais precisão a estimativa de vida dos tubarões brancos.
As medições foram feitas em vértebras de tubarões brancos capturados no noroeste do Oceano Atlântico (local de testes nucleares) no período de 1967-2010, cujas vértebras foram guardadas no laboratório NEFSC em Narragansett, que tem a maior coleção desse tipo.