GOTHENBURB, Suécia – Poucos teriam imaginado que o gigante da internet Facebook colocaria seu centro de dados europeu numa pequena cidade sueca de apenas 60 quilômetros no Círculo Polar Ártico.
Mas a cidade de Lulea e seus arredores estão se tornando atualmente no “Polo Nodular”, um verdadeiro viveiro de centros de dados e da indústria de alta tecnologia.
Em outubro de 2011, o Facebook anunciou que construiria seu terceiro centro de dados, o primeiro fora dos Estados Unidos, no extremo norte da Suécia, na cidade universitária de Lulea, com uma população de cerca de 74 mil.
O primeiro edifício já está concluído e está sendo preenchido com todo o necessário para começar a operar nos próximos meses. O edifício, projetado totalmente pelo Facebook, tem 300 metros de comprimento, 90 de largura e 14 de altura, com mais dois edifícios das mesmas dimensões ainda por vir.
A jornada começou em 2008, quando a empresa local de desenvolvimento Lulea Naringsliv buscava investimentos para a região e teve a ideia de apresentar às empresas de internet as qualidades especiais da área.
Características naturais estimulam empresas de alta tecnologia
Fredrik Kallioniemi, o diretor-administrativo do Parque de Ciência Aurorum, disse ao Epoch Times como as diversas “qualidades” regionais, como a terra, a infraestrutura digital, a rede elétrica e a base de conhecimentos na universidade e no parque científico, foram representativas para atrair o Facebook para a cidade.
“Junto, nós embrulhamos tudo num pacote de ouro”, disse ele.
Algumas dessas atrações nas qualidades locais estão relacionadas com o fato do Facebook e do crescente negócio de centro de dados de maneira geral estarem cada vez mais focados no meio ambiente e na eficiência energética.
Um centro de dados do tamanho exigido pelo Facebook gera muito calor e precisa ser resfriado. Em Lulea, onde a temperatura média anual é de 1,3 graus Celsius, isso não é problema. Deste modo, os servidores são refrigerados com o ar externo em vez de eletricidade.
O ar na sala do servidor também precisa de certa umidade para evitar a eletricidade estática. A água também é encontrada em abundância no Rio Lule nas proximidades. O rio também fornece tanta eletricidade que a rede local tem um excedente constante de energia verde, barata e estável, que também atende a fome de energia do centro de dados.
De acordo com Fredrik Kallioniemi, o excedente de energia do rio é de cerca de 50%, o que significa que a área pode facilmente suportar mais centros de dados, que ele também espera atrair. O desenvolvimento de TI, em combinação com a localização ártica, fez a região receber o apelido de “Polo Nodular”.
Kajsa De Bourg, de 22 anos, mudou-se do Sul da Suécia para Lulea para estudar e esquiar. Ela acha que a atenção que a cidade está recebendo é algo positivo, mas tem comentários menos positivos sobre o edifício do Facebook.
“É um edifício muito chato, apenas uma grande caixa e bem próximo das áreas residenciais”, disse ela.
Mas enfim, tudo em Lulea parece estar bem ao lado de tudo mais; Fredrik Kallioniemi fica a cerca de meio quilômetro tanto do Parque de Ciência Aurorum como do centro de dados do Facebook e da universidade, onde a Profa. Birgitta Bergvall-Kareborn atua como intermediária entre a universidade e o Facebook.
A base de conhecimento e a oferta de potenciais futuros trabalhadores, obviamente, também fazem parte das qualidades especiais da região. O estabelecimento do Facebook pode muito bem ter desempenhado um papel no aumento de 30% dos candidatos aos programas de TI da universidade.
“É simplesmente um aumento notável”, disse Kareborn.
Kallioniemi disse que as chances são muito boas para novos grandes investimentos na área, considerando que a infraestrutura e todo o ecossistema de apoio a centros de dados já se encontram no local.
“Além disso, as pessoas daqui são muito calmas e tranquilas. Não há muita inquietação acorrendo aqui”, acrescentou ele com uma risada.
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