O regime chinês abriu um novo aeroporto na província de Sichuan na segunda-feira numa área étnica tibetana, onde várias pessoas têm se imolado em protesto contra a repressão aos direitos culturais e humanos nos últimos anos.
Localizado a 4.411 metros acima do nível do mar, o Aeroporto Daocheng Yading em Garzi reduzirá o tempo de viagem de Chengdu para o Tibete a pouco mais de uma hora, em comparação com uma viagem de ônibus de dois dias. A nova instalação substitui o Aeroporto Qamdo Bampta, também no Tibete, como o mais alto aeroporto civil do mundo, elevando o número total de aeroportos no Tibete para cinco.
A campanha Free Tibet mencionou o desenvolvimento em seu website no início deste ano como parte da estratégia de penetração ocidental do regime, referindo-se a recente “série de grandes projetos de infraestrutura no planalto tibetano, incluindo uma ferrovia que liga o Tibete a principal rede ferroviária chinesa, barragens, minas e vários aeroportos”.
O grupo de direitos humanos acrescentou que a rede é projetada para ajudar a acelerar a migração de chineses han para o Tibete e oferecer oportunidades abundantes para trabalhadores imigrantes chineses em detrimento dos tibetanos locais.
Alistair Currie, porta-voz do Free Tibet, falou sobre o novo aeroporto com o jornal Telegraph. “Este não é um destino de férias. O que a China faz no Tibete, ela faz para a China e não para o Tibete. … Os benefícios econômicos desses empreendimentos invariavelmente saem do Tibete. Para a China, a cultura e a paisagem tibetanas são recursos a serem explorados”, disse ele.
O Aeroporto Daocheng Yading custou 1,58 bilhões de yuanes (US$ 258 milhões) para construir e pode processar 280 mil passageiros por ano, que se espera que sejam turistas chineses ricos. O exército também pode utilizar o novo acesso em períodos de inquietação na região.
A mídia estatal Xinhua informou que a instalação ajudará a atrair turismo para a Reserva Natural Yading. O regime pretende atrair 15 milhões de turistas até 2015 e gerar cerca de 2 bilhões de yuanes (US$ 327 milhões) na exploração das regiões tibetanas.