A batata é, de longe, o tubérculo mais consumido da América, mas muitos outros possuem uma maior gama de nutrientes e sabor.
Para muitos de nós, o primeiro encontro com um novo vegetal gera suspeitas ou desgosto, e raízes estranhas podem ser especialmente decepcionantes. Com aspecto retorcido e formas nodosas, os tubérculos dificilmente são reconhecidos como alimento logo após serem tirados da terra.
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Mas quem tem senso de aventura poderá se surpreender, e até mesmo adorar os diferentes sabores e texturas que crescem no subsolo.
Além das batatas e cenouras, há um vasto mundo de raízes, tubérculos e rizomas que podem enriquecer e diversificar sua dieta. Graças aos pequenos mercados de alimento e às feiras de agricultores, mais pessoas estão saindo das sombras da moderna monocultura do amido, e adotando, com bastante interesse, uma alimentação que contém as raízes favoritas dos nossos ancestrais.
Raiz de salsa
A nossa primeira visão abaixo da superfície é considerada pouco familiar: a raiz de salsa. Situada embaixo do tempero verde, é uma raiz que se parece com uma cenoura branca. Na América, o consumo da raiz de salsa é raro, porém o vegetal é muito popular em toda a Europa Central e Oriental.
A salsa pertence à família da cenoura, e suas raízes podem ser utilizadas tanto cruas quanto cozidas. Às vezes confundida com a pastinaca, a raiz de salsa é mais fina e menos doce, com um suave sabor de salsa. Você pode assar as raízes de salsa, amassá-las com manteiga, utilizá-las em uma sopa ou guisado, ou ralá-las para completar uma salada.
A raiz de salsa é rica em vitaminas A, C e K, e pode ajudar a aliviar gases. Assim como as cenouras, a retirada da casca é muitas vezes desnecessária.
Aipo-rábano
Também conhecido como raiz de aipo, o aipo-rábano é outro tubérculo da família da cenoura, mas não se assemelha em nada com uma cenoura ou um aipo – mais parece um emaranhado de cabelos e gavinhas.
Depois de descartar a rústica casca, você encontrará uma carne branca sólida e parecida com o aipo, mas com uma textura mais grossa. Depois de cozido, o aipo-rábano pode servir como uma alternativa à batata – em forma de purê ou sopa –, mas você também pode comê-lo cru.
Experimente a clássica salada francesa de aipo-rábano, que consiste em ralar a raiz com maionese, mostarda e suco de limão. Sal e pimenta à gosto.
O aipo-rábano é uma boa fonte de fibra, potássio e vitamina C, que possui muito menos amido e calorias quando comparado com outros tubérculos.
Raiz de lótus
Abaixo da bela flor de lótus cresce uma raiz de arquitetura única, que é leve, crocante, e ligeiramente doce, semelhante às castanhas de água (water chestnuts). Este rizoma branco cresce não somente no subsolo, mas na lama subaquática.
Dentro da raiz de lótus há várias câmaras ocas, onde a planta armazena suas sementes. Este vegetal é cortado em fatias finas, e em forma de rodelas, para aproveitar ao máximo a sua forma original.
A raiz de lótus é uma boa fonte de vitamina C, vitaminas do complexo B, minerais e potássio, e é usada em todo o sudeste da Ásia tanto como um alimento quanto um medicamento. Ervanários chineses usam a raiz de lótus para acalmar o sistema nervoso e fortalecer os pulmões.
Disponível durante o ano todo em mercearias asiáticas e mercados especializados, as raízes de lótus vêm descascadas e embaladas em plástico, ou em conserva. Se você encontrar a lótus fresca, certifique-se de remover a casca amarga e dura, e aparar as pontas que também são duras.
A raiz de lótus pode ser cozida, frita (tempura), ensopada, ou até mesmo pode ser consumida crua.
Raiz de bardana
A raiz de bardana cresce espontaneamente em todo os Estados Unidos, mas exceto os adeptos macrobióticos, poucos americanos percebem que a planta de folhas grandes também é uma fonte de alimento.
Mais conhecida por suas pétalas de penugem, a bardana também tem uma longa raiz com um sabor diferente, de terra, que pode ser temperado.
No Japão, onde raiz de bardana atende pelo nome de gobo, a raiz é cultivada como cenouras.
A raiz de bardana cozinha melhor em pequenas quantidades. Uma receita deliciosa é misturar partes iguais de ralado de bardana e cenoura, adicionar sementes de gergelim e molho de soja, refogando-as até ficarem macias – este é um excelente acompanhamento para arroz integral.
Assim como a lótus, a bardana também serve como medicamento. Considerada a mais yang dos vegetais no sistema de dieta macrobiótica, a raiz de bardana é utilizada tradicionalmente como um tipo de erva para purificar o sangue, e também serve como um tônico renal.
Rabanete Preto
Também conhecido como rabanete espanhol, o rabanete preto é maior, mais forte e mais crocante do que o famoso rabanete vermelho. Tem uma pele negra resistente e um sabor levemente picante.
Depois de retirar a casca, use o rabanete preto da mesma forma que faria com o rabanete comum, utilizando-o em saladas ou em lanches. Também pode ser preparado amassado e misturado com manteiga e sal.
O rabanete preto serve como um auxiliar para a digestão. Seu sabor picante ajuda a melhorar a função hepática e da vesícula biliar.
Jicama
A jicama é uma planta nativa do México que você pode ter encontrado anteriormente em alguma salada. Sua crocante e refrescante polpa é mais frequentemente apreciada crua, mas também pode ser cozida (é o ingrediente principal em pelo menos uma receita de torta vietnamita).
A jicama é rica em vitamina C e em fibra prebiótica inulina. Ela é comumente recomendada aos diabéticos para ajudar no equilíbrio do açúcar no sangue.
Depois de se retirar a casca fina, corte brócolis em pedaços tipo palito e combine com cebola roxa, pimentão, coentro, suco de limão, sal e pimenta em pó para uma salada de fresca de verão.
Nabo
O nabo é conhecido, mas é um legume lamentavelmente subutilizado. Os nabos são uma rica fonte de nutrientes e podem substituir facilmente as batatas. É possível prepará-los assados, crus, em forma de purê ou misturado com batatas, se assim for mais fácil para adicioná-los em sua dieta.
O nabos é membro da família do repolho, e contém em grande parte as mesmas propriedades anticancerígenas de outros vegetais crucíferos. Estas raízes simples também são ricas em vitamina C.
Couve-rábano
Outro membro subterrâneo da família do repolho é a couve-rábano (diretamente traduzido do alemão como repolho-nabo), que pode ter uma aparência de outro mundo, mas seu sabor suave a torna fácil de incorporar nas dietas dos comedores mais exigentes.
A couve-rábano é rica em potássio e outros minerais, conhecido cada vez mais como um superalimento.
Este versátil vegetal pode ser cozido, ou picado em fatias finas e comido cru. Receitas com manteiga fazem um prato fácil, ou podem ser cozidos com mostarda, cominho e sementes de funcho para um curry indiano exótico.
Certifique-se de retirar a casca, que muitas vezes são enceradas para preservar a frescura.
Salsifis
A salsifis é uma raiz delgada com uma casca escura, que foi apreciada pelos antigos gregos e romanos.
Parente do girassol, a salsifis era a favorita dos americanos na época colonial, quando as raízes eram apreciadas por sua capacidade de durar mais que outros tipos de plantas. Como outros vegetais de raiz, a salsifis caiu em desuso no século 20, com o advento da refrigeração moderna.
A salsifis é rica em vitamina E, baixa em calorias, e pode servir como um diurético natural. Como as outras raízes listadas acima, a salsifis também é rica em fibras e ajuda a promover os movimentos intestinais.
Esta raiz está experimentando um ressurgimento entre os alimentos comercializados, assim você pode ser capaz de encontrá-la em algum mercado de agricultores locais. Sua reputação emergente se deve a um sabor único, que alguns dizem se assemelhar ao das ostras. Porém, de fato, parece muito mais com corações de alcachofra com um toque de doçura.