Nova técnica para distinguir a gordura corporal boa e da má

24/09/2014 05:03 Atualizado: 24/09/2014 05:05

O corpo tem diferentes tipos de tecido adiposo (gorduroso), os quais têm diferentes funções metabólicas: gordura branca, gordura bege e gordura marrom. Dependendo do tipo da gordura, o metabolismo tem maior ou menor dificuldade de queimá-la para gerar calor corporal. Pela primeira vez, pesquisadores identificaram proteínas de superfície que ajudam a distinguir entre esses três tipos de gordura. Essa descoberta possibilita desenvolver novas formas de tratamento da obesidade.

Os adipócitos brancos, marrons e beges, ou células de gordura, são inerentemente diferentes. Cada um desses tipos de células tem uma função diferente e exerce um papel específico no metabolismo. No corpo humano, o tecido adiposo branco é, de longe, o de maior extensão. Sua principal função é armazenar energia. Já os adipócitos marrons utilizam a energia disponível para gerar calor, mas são encontrados em apenas algumas lugares do corpo humano adulto. Os adipócitos beges, que são um tipo especial de adipócitos marrons, estão misturados com estes no tecido adiposo marron ou se desenvolvem dentro do tecido adiposo branco, particularmente sob a influência do frio, pelo menos em camundongos.

Pesquisadores do Centro Helmholtz München, na Alemanha, e da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram distinguir com precisão os vários adipócitos de acordo com suas proteínas de superfície. Isto é a esperança de um novo método para o tratamento de pessoas que sofrem de obesidade ou de diabetes.

As taxas de obesidade das pessoas estão crescendo rapidamente e também resultam em aumento nas taxas do diabetes tipo 2 e de outros transtornos próprios da síndrome metabólica. Para atenuar as consequências negativas da ingestão calórica excessiva e armazenamento na forma de gordura, a medicina moderna tem buscado novas maneiras de aumentar a queima de energia para assim reduzir o peso corporal. Devido a seu papel como uma central de energia térmica para o corpo, o tecido adiposo marrom tem a capacidade de queimar grandes quantidades de energia que de outro modo seriam armazenadas no tecido adiposo branco na forma de gordura. Por isso, a ativação do tecido adiposo marrom mediante fármacos fornece um método atraente para o tratamento da obesidade e de doenças decorrentes dela, tal como o diabetes tipo 2. A ativação do tecido adiposo marrom é atualmente um dos métodos mais promissores para combater a obesidade, abrindo, assim, novos caminhos para reduzir o excesso de peso sem a necessidade de se reduzir a ingestão calórica.