Nova lei chinesa de visita aos pais cria seguimento de mercado

09/07/2013 15:40 Atualizado: 09/07/2013 16:18
Idosas em Nanjing respondem à nova lei mandatória sobre visitar os pais na China; novos serviços online oferecem visitas a parentes pelo devido preço (Epoch Times)
Idosas em Nanjing respondem à nova lei mandatória sobre visitar os pais na China; novos serviços online oferecem visitas a parentes pelo devido preço (Epoch Times)

Uma nova lei, que estipula que os filhos devem visitar os pais de tempos em tempo entrou em vigor em 1º de julho na China, teve consequências previsíveis: um novo mercado para pessoas ocupadas contratarem representantes para visitar os pais por eles.

Lojas online que prestam serviços de visita a parentes apareceram rapidamente no Taobao, um site popular de e-commerce na China semelhante ao eBay, oferecendo visitas em Pequim, Shenzhen, Hangzhou e outras três cidades, informou o Diário da Manhã do Sul da China.

Apenas uma semana após a lei mandatória de visita aos pais entrar em vigor, empreendedores começaram a vender ligações a parentes por minuto, hora ou dia, mais despesas de viagem.

“Oferecemos serviços de bate-papo, comemoração de aniversário e até mesmo apresentações”, disse um anunciante do Taobao ao Diário de Shanghai.

Seu serviço cobra 100 yuanes (US$ 16,30) por hora, excluindo o pagamento do transporte e adicional para atividades ou presentes, na província de Zhejiang, mas seu histórico de vendas exibido no Taobao mostrou pouco resultado até agora.

Um serviço de Jiangxi oferece um total de dois dias de acompanhamento por 3 mil yuanes (US$ 489,09), disse o Diário da Manhã, enquanto um rápido bate-papo em Shaanxi custaria apenas 8 yuanes (US$ 1,30) por 10 minutos ou 20 yuanes (US$ 3,26) por hora.

Um advogado de Shanghai comparou esses serviços com os serviços especializados de namoro que oferecem um namorado ou namorada de companhia para visitar os pais preocupados e impacientes com o casamento dos filhos, disse o Diário de Shanghai.

Outros não foram tão generosos na avaliação do novo serviço. “Contratar alguém para visitar os pais ou outro membro da família idoso é completamente artificial”, disse Zhang Minghao, uma residente de Shanghai de 22 anos.

Enquanto alguns filhos podem estar muito ocupados (ou egocêntrico) para visitar os pais, muitos são forçados a viver distante deles devido às políticas restritivas de residência da China, que determinam onde as pessoas podem viver e desfrutar de benefícios legais.

A política do filho-único de longa data do Partido Comunista Chinês (PCC) tem agravado o problema, impedindo que residentes de baixa renda em áreas rurais tenham famílias maiores, necessárias para garantir o atendimento aos idosos e renda suficiente.

Como os trabalhadores rurais vão para as cidades para trabalhar, frequentemente a milhares de quilômetros de casa, os pais idosos são deixados sozinhos com apenas os netos para ajudá-los.

Especialistas dizem que esses pais e filhos podem ser ainda mais onerados economicamente se a nova lei forçá-los a realizarem visitas caras através do país.

Os trabalhadores migrantes provavelmente não encontrarão muito alívio nos novos serviços de visita, embora sejam direcionados para – e com preços para – o mercado de trabalhadores urbanos.

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