O recém publicado manual de estratégia militar da China mascara a própria ambição de agressão e expansão, acusando outras nações de agressão e expansão.
Este é o primeiro relato de estratégia militar chinesa que sublinha uma nova política para uma “defesa ativa”, de acordo com o Instituto Naval dos EUA. O documento foi publicado no dia 26 de maio pelo Ministério de Defesa Nacional Chinês.
Começa com linguagem nobre, declarando que para “realizar o sonho chinês de um grande rejuvenescimento nacional”, o povo chinês procura “dar as mãos com o resto do mundo para manter a paz, procurar o desenvolvimento e partilhar a prosperidade”.
Contudo, tal como em outras políticas históricas que procuraram a expansão global para satisfazer os interesses nacionais, existem todos esses outros países já estabelecidos que não querem perder seus territórios vigentes.
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No manual, pode-se ler que o regime chinês “irá inequivocamente seguir o caminho do desenvolvimento pacifico” através de uma política “que será defensiva em sua natureza”. Contudo, no mesmo momento que o documento foi publicado, o regime chinês já rejeitou a sua política estritamente defensiva, ordenando que suas unidades militares no Mar do Sul da China tomassem ações ofensivas.
Em uma declaração que contradiz o tom geral do documento, é dito que o regime chinês “nunca irá procurar hegemonia ou expansão”.
Pouco depois, afirma: “A China tem a difícil tarefa de assegurar a sua unidade nacional, integridade territorial e seus interesses de desenvolvimento.” Diz que o regime Chinês está enfrentando “um ambiente externo favorável” que possibilita “um importante período de oportunidade estratégica para o seu desenvolvimento, um período em que muito pode ser conseguido”.
O relatório rapidamente aborda os crescentes conflitos com outras nações. Diz que as movimentações militares dos EUA na região Ásia-Pacifico e as novas políticas militares do Japão (ambas em resposta à crescente agressão militar chinesa) causaram “grave preocupação entre os outros países da região”.
O regime chinês parece ser o único, ao citar a si próprio sobre estas “graves preocupações”. Pelo contrário, durante o encontro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em abril, países incluindo o Vietnã, as Filipinas e a Malásia expressaram suas graves e sérias preocupações sobre a crescente agressão do regime chinês.
A nova estratégia então vira o jogo, afirmando que em questões “que dizem respeito à soberania do território chinês e aos seus interesses e direitos marítimos”, alguns vizinhos do regime chinês estão tomando “ações provocadoras e reforçam a sua presença militar nos recifes da China e ilhas que ocuparam ilegalmente”.
Ao afirmar isto, o regime chinês está tentando mascarar a sua própria ocupação de terra no Mar do Sul da China e no Mar do Oeste da China, ao acusar outras nações de fazer o que o próprio regime está fazendo.
O regime chinês está construindo ilhas a uma distância de 1.300 milhas de seu território continental. Eles têm estabelecido perímetros de defesa ao redor do território criado artificialmente, e acusa outras nações de “ações provocadoras” por desafiarem as suas próprias ações provocadoras.
O regime chinês está usando uma forma de guerra legal com estas afirmações. O regime cria as suas próprias leis para legalizar as suas ações e ilegalizar as ações dos seus adversários. Como foi testemunhado com a criação da zona de defesa na aérea sobre o Mar do Oeste da China em novembro de 2013, o regime está disposto a criar novas leis para declarar ilegais as ações de outros.
O relatório, mais para frente, deixa de falar dos conflito mais distantes e foca-se naqueles que estão mais perto do regime chinês.
Contrariamente ao que afirma “nunca irá procurar hegemonia ou expansão”, o documento afirma que alguns dos maiores problemas são “a independência de Taiwan e suas forças separatistas”, assim como as “forças separatistas que procuram independência do Oeste do Turquestão e a independência do Tibete”.
Para difamar os grupos que se opõem aos abusos do regime chinês, é usado um método já familiar: o Partido Comunista Chinês mistura a sua própria identidade com a identidade da China, e por conseguinte com a identidade do povo chinês. Apelida os grupos que se opõem ao seu regime como “forças anti China”.
Como um todo, a nova estratégia militar descreve os planos do regime em continuar a reprimir dissidentes, continuar seus esforços para dominar Taiwan e novos territórios no Mar do Sul da China e no Mar do Oeste da China.
De certa forma, contudo, a estratégia do regime militar chinês é exposta claramente: está baseada no engano estratégica, na manipulação das suas próprias leis para legitimar ações consideradas ilegais por outros países, e no manipular de percepções para validar as suas ambições expansionistas e acusar as respostas das outras nações.