Uma nova estratégia de aprendizagem testada em lesmas do mar pode conter a chave para melhorar a performance da memória no ser humano, afirmam pesquisadores da Universidade do Texas. Eles se basearam em um estudo que tem como objetivo ajudar pessoas com dificuldades de aprendizagem.
O estudo envolveu testar um novo tipo de estratégia de aprendizagem na espécie de lesma do mar da Califórnia (Aplysua californica). As lesmas demonstraram melhor capacidade de memorização, um resultado que poderá beneficiar pessoas com dificuldades decorrentes da idade, com ou sem dano cerebral.
O método de aprendizagem requer prever em que momentos o cérebro está no melhor estado para a aprendizagem, o que permite que um calendário seja criado para permitir aproveitar os melhores períodos. “O resultado foi que a memória poderá ser substancialmente melhorada”, afirmou Jonh Byrne, um autor sênior, em um comunicado de imprensa.
Para identificar estes períodos ideais, um modelo matemático foi desenvolvido para prever os ciclos de atividade das proteínas no cérebro que são responsáveis pela memória. No presente os horários são estabelecidos com base na tentativa e erro, mas os investigadores esperam poder prever com mais exatidão os momentos que possam garantir maior sucesso no estudo.
“Quando uma aula é dada, diferentes reações químicas são iniciadas. Se outra aula é dada, efeitos adicionais tomam lugar. A ideia é sincronizar o tempo de aulas”, Byrne afirma. “Desenvolvemos um modo de ajustar as sessões de treino para que estas estejam em sincronia com as dinâmicas dos processos bioquímicos”.
Dois grupos de lesmas receberam cinco sessões de treino. Um grupo recebeu lições de treino em intervalos regulares programados pelo modelo de computador. Outro grupo recebeu sessões de treino em intervalos regulares de 20 minutos.
Cinco dias depois das sessões de treino estarem completas, um aumento significativo da capacidade de memorização foi detectado no grupo que seguiu o calendário previsto pelo modelo de computador. Não foi registrado aumento na capacidade do outro grupo.
“A melhoria foi identificada pela análise das células nervosas dos cérebros das lesmas que demonstraram maior atividade, as quais fizeram parte do programa de treino computadorizado”, diz Byrne.
“Este estudo demonstra a validade do uso de métodos computacionais para ajudar a estipular um plano de treinos para melhorar a memória”, disse Byrne.
As descobertas foram publicadas no site Nature Neuroscience em dezembro de 2011.