O deputado federal Jair Bolsonaro divulgou uma nota de esclarecimento sobre sua tentativa de disputar a Presidência da República pelo PP. De acordo com o informe, o parlamentar não concorda com a decisão de a legenda de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), mas afirma que se manterá no Partido Progressista em busca de um novo mandato na Câmara Federal. Depois disso, o plano é estudar a migração para outra sigla, com vistas à disputa presidencial de 2018.
Bolsonaro, nos últimos meses, intensificou sua inserção na mídia revelando a vontade de entrar no pleito para chefiar a Nação. Mas, por determinação da Executiva Nacional do PP, presidida por Ciro Nogueira, o partido nadará na raia de Dilma em 2014. Algumas alas do PP levaram uma tentativa de anular a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, que já rejeitou a demanda.
A falta de consenso em torno da disputa eleitoral deste ano é tamanha que diretórios estaduais do PP apoiam outros candidatos. Em Minas Gerais, por exemplo, o PP apoia o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, Aécio Neves (PSDB).
Na nota divulgada no último dia 18, Jair Bolsonaro explica que tentou conquistar a legenda para concorrer à reeleição de Dilma, mas fracassou na missão. Ele chegou a dizer que gostaria de ser o candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, mas também foi ignorado. Trocar de partido, a essa altura do campeonato, já não é mais viável pois, de acordo com a legislação eleitoral, é preciso fazer isso pelo menos 12 meses antes da disputa nas urnas.
“Na atual circunstância, o que me restou neste ano de 2014 foi disputar novamente o cargo de deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro. Se eleito para novo mandato na Câmara dos Deputados, adianto que até 2018 terei tempo para, de todas as formas legais, buscar uma legenda que me acolha”, diz o parlamentar.
Jair Bolsonaro presidente: nota de esclarecimento
Sempre tive o sonho de disputar a Presidência da República e ao longo de meus 26 anos de carreira me orgulho de jamais ter mudado de postura. Nunca negociei meu voto – marca maior do respeito que tenho com meus eleitores – comportamento que deveria ser obrigatório para todo parlamentar e não uma de suas qualidades.
No ano de 2014, com pedido e apoio de muitos cidadãos brasileiros, este sonho esteve bem próximo de se realizar. Foram meses de forte pressão para que o Partido Progressista acatasse minha solicitação de candidatura. Entretanto existiram outros motivos para que o pleito não fosse aceito, resultando no apoio antidemocrático à candidata do PT.
Desde então, sou questionado sobre meu futuro na política. Muitos acreditavam que existiriam outras vias para que pudesse disputar as eleições presidenciais, como, por exemplo, mudar de partido. Em respeito aos que me apoiam, esclareço que a legislação eleitoral não permite que isso aconteça em prazo inferior a um ano antes das eleições.
Mesmo se tentasse mudar de sigla, certamente teria problemas judiciais, visto que meu suplente teria amparo legal para pedir meu cargo de deputado federal.
Na atual circunstância, o que me restou neste ano de 2014 foi disputar novamente o cargo de deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro. Se eleito para novo mandato na Câmara dos Deputados, adianto que até 2018 terei tempo para, de todas as formas legais, buscar uma legenda que me acolha.
Em meus tempos de Academia Militar aprendi que soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é covarde. Meu sonho de mudar a realidade social e econômica do Brasil não acabou. Ao contrário, sinto-me ainda mais disposto a me entregar por meu país.
Jair Bolsonaro