Norte-americana luta pelos direitos das mulheres chinesas

25/06/2012 11:00 Atualizado: 25/06/2012 11:00

Reggie Littlejohn (esquerda), a presidente dos ‘Direitos das Mulheres Sem Fronteiras’ em 3 de maio no Heritage Foundation em Washington DC. (Alex Wong/Getty Images)LOS ANGELES – Enquanto trabalhava como advogada de litígio na década de 1990, Reggie Littlejohn foi exposta pela primeira vez aos abusos da política chinesa do filho único quando ela representou uma mulher que pedia asilo político nos Estados Unidos. A mulher foi obrigada a se submeter à esterilização na China depois que teve seu primeiro filho.

Assim, Littlejohn estabeleceu os ‘Direitos das Mulheres Sem Fronteiras’, uma coalizão internacional para expor e opor-se ao aborto forçado, ao generocídio e à escravidão sexual na China.

Littlejohn falou num evento em 18 de junho patrocinado por filhos de sobreviventes do Holocausto judeu, intitulado “Nunca mais é agora – Política do filho único da China é genocídio e não aborto”, realizado no Hotel Luxe em Sunset Boulevard.

Antes de proferir seu discurso, a chinesa Caroline Wang aproximou de Littlejohn e abraçou-a com lágrimas escorrendo pelo rosto. Wang (também chamada Wang Yanbing) recebeu muito incentivo e apoio de Littlejohn por e-mail depois que as autoridades chinesas a submeteram a um aborto forçado.

Wang estava grávida de seu terceiro filho. Wang e seu marido, Zhang Ziming estavam prestes a comemorar seu aniversário de 20 anos de casamento e ambos queriam a criança. Mas já que era uma violação da política do filho único, ambos foram demitidos de seus empregos.

Então, Zhang abriu seu próprio negócio para ganhar a vida e também pagar as autoridades locais uma taxa de suborno para permitir que o casal tivesse a criança. No entanto, os oficiais do escritório local de planejamento familiar frequentemente visitavam Wang em sua casa para coagi-la a fazer um aborto. Wang já estava grávida de quatro meses, mas um oficial do planejamento familiar lhe disse, “Nós induzirmos abortos até mesmo em mulheres grávidas de oito meses, nem sequer pense em escapar com um terceiro filho!”

Wang foi forçada a fazer o aborto e a injeção para induzir o parto provocou-lhe uma reação alérgica grave que quase a matou. Além disso, Wang sofreu prolongado trauma emocional.

Então, um dia, ela tomou conhecimento do website dos ‘Direitos da Mulher Sem Fronteiras’ e contatou Littlejohn. As duas começaram a se comunicar via e-mail e Wang foi finalmente capaz de sentir alívio de sua dor.

Após a reunião com Littlejohn no evento, Wang disse que ela costumava ser tão triste que chorava todos os dias e costumava verificar seu e-mail repetidas vezes esperando mensagens de Littlejohn.

Refletindo sobre seu encontro com Wang, Littlejohn disse ao Epoch Times, “O encontro emocional me faz lembrar que isto tudo é real. As pessoas afetadas pela política do filho único são reais. É fácil nos perdemos em estatísticas, mas quando vejo um casal em pé na minha frente, isso me dá mais paixão para impedir o aborto e libertar as mulheres chinesas.”

Ela também disse que a política do filho único tem suas raízes na indução do terror entre o povo chinês, especialmente quando as pessoas são encorajadas a denunciar aquelas que têm mais de uma criança às autoridades.

“É o controle social mascarado sob o controle da população”, disse Littlejohn. “Reportar um ao outro viola o liame de confiança na sociedade. Se você não pode confiar em ninguém, você não pode organizar um movimento democrático. A política do filho único é uma arma contra a democracia.”

Depois de ouvir a apresentação, Mark Tapson, um membro da plateia, disse ao Epoch Times, “Como a maioria dos norte-americanos, eu não entendia a política do filho único. Parece razoável, a superpopulação é um problema. Mas a maioria das pessoas não entende que um regime totalitário a usará para punir você. A verdadeira tragédia humana por trás da política do filho único abriu meus olhos.”

Littlejohn foi recentemente premiada com o Prêmio “Espírito de Tiananmen” por seus esforços para libertar o ativista cego chinês Chen Guangcheng. Chen foi preso e torturado por expor a esterilização e abortos forçados infligidos a milhares de mulheres em Linyi, sua cidade natal na província de Shandong. Chen fez uma ousada fuga de sua prisão domiciliar para a embaixada dos EUA em Pequim no mês passado e agora está morando em Nova York com sua esposa e dois filhos, onde estuda Direito.