Trinta e oito pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas por homens armados em um ataque a duas aldeias no estado de Kaduna, no norte da Nigéria, disseram ontem (24) autoridades locais.
Ahmed Maiyaki, porta-voz do governador de Kaduna, Mukhtar Yero, confirmou o ataque, mas recusou-se a dizer qual o grupo étnico que pode ter originado a violência.
Aminu Lawan, porta-voz da polícia do estado de Kaduna, declarou ter tomado conhecimento dos ataques e precisou que foi aberta uma investigação para identificar os autores do ataque.
Kaduna, juntamente com o estado de Plateau, constitui a “cintura central”, linha de separação entre o Norte majoritariamente muçulmano e o Sul cristão, e tem sido palco de confrontos inter-religiosos, cujo ponto de partida são muitas vezes disputas políticas.
A violência que se seguiu às eleições gerais de 2011 na Nigéria deixou centenas de mortos em Kaduna. Paralelamente, existem tensões entre agricultores cristãos e pastores da etnia Fulani, muçulmanos.
A organização não governamental Human Rights Watch indicou em dezembro de 2013 que mais de 10 mil pessoas foram assassinadas nos estados de Kaduna e Plateau desde 1992 por causa da sua religião ou etnia.
Nos últimos meses, a Nigéria tem sido alvo de diversos ataques do Boko Haram, grupo radical islâmico que pretende a criação de um Estado independente no norte do país.