Cientistas chineses identificaram 1.315 espécies diferentes de microrganismos inaláveis no ar poluído de Pequim, a capital da China.
Embora a maioria das bactérias inofensivas seja normalmente encontrada no solo, as amostras do estudo também apresentaram vírus e fungos. Alguns desses micróbios são patogênicos e têm sido associados com alergias e a propagação de doenças respiratórias.
Os pesquisadores analisaram partículas menores que 2,5 micrometros (PM2.5), que podem entrar nos pulmões e estão associadas a problemas de saúde como “a tosse de Pequim”, bem como partículas de até 10 mícrons (PM10). Eles mediram os níveis de micróbios durante um período de poluição grave de uma semana em Pequim em janeiro passado, quando as leituras médias de PM2.5 atingiram mais de 20 vezes o limite das diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A equipe descobriu que a concentração de patógenos no ar foi maior nos dias em que a poluição foi maior. “O objetivo de nosso estudo foi o de melhorar nossa compreensão dos micróbios que inalamos todos os dias”, disse o coautor Ting Zhu, da Universidade Tsinghua de Pequim, ao Los Angeles Times.
Zhu acrescentou que os resultados não mostram se os micróbios eram “ainda viáveis”, mas que ele espera receber mais incentivo para pesquisas que “eventualmente levarão a um melhor entendimento dos micróbios nos poluentes PM e seus efeitos sobre a saúde em diversos locais”. Ele acrescentou: “Acho que é muito cedo para tirar muitas conclusões a respeito dos efeitos dos micróbios no ar sobre a saúde.”
O estudo foi publicado na revista Environmental Science & Technology, em 23 de janeiro.