Nem os químicos chineses sabem o efeito de suas drogas sintéticas

14/05/2015 11:45 Atualizado: 14/05/2015 11:45

As drogas sintéticas têm provocado nas pessoas comportamentos bizarros. Uma nova droga sintética na Flórida, chamada “Flakka”, por exemplo, fez com que um homem tentasse violar uma árvore enquanto dizia ser o “Thor”, fez com que outro se empalasse em uma cerca, e provocou episódios de loucura e paranoia.

O problema da Flakka é o problema das drogas sintéticas, no geral. A fim de se esquivar da lei, os químicos continuam a desenvolver novas drogas. Por sua vez, estas novas drogas frequentemente provocam efeitos desconhecidos e a dosagem segura não é conhecida, o que coloca vidas em perigo

Ao que parece, alguns químicos na China que estão alimentando o problema das drogas sintéticas não sabem, eles próprios, quais são os efeitos das drogas, muito menos a dosagem segura.

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Nicola Davison, um jornalista freelance de Xangai, recentemente visitou alguns destes químicos chineses, e documentou os seus encontros em um artigo publicado no dia 1 de maio, no The Guardian.

Entre estes químicos está uma mulher rechonchuda, de aproximadamente 30 anos, que tinha o seu laboratório montado em um edifício de escritórios desocupado, em Xangai. O que ela disse ao entrevistador é algo que definitivamente define todo o problema das drogas sintéticas.

“Não sabemos nada sobre a questão da performance”, disse. “Somos apenas químicos”

A química também afirmou, “A nossa pureza está acima dos 99%”, em relação às drogas sintéticas, que são vendidas livremente pela internet e depois distribuídas por pessoas, que em alguns casos as vendem como drogas legítimas. Esta afirmação deveria servir mais como um sério aviso do que como algo vantajoso.

Afina, o que a pureza significa quando nem o químico sabe a dosagem ou o efeito do produto? Com drogas como estas, a maior pureza pode simplesmente significar maior risco de overdose, o que parece já ser um problema para esta química.

“Temo que este composto não seja bom”, disse a química a Davison, enquanto lhe mostrava algumas drogas.

“Primeiro, alguém nos deu a informação de que não era forte”, disse. “Depois, parece que já provocou mortos na Rússia. Você não vê as notícias? Então porque ainda a quer?”