Christopher Balding, professor na HSBC Business School da Universidade de Pequim, denunciou que mais de um trilhão de dólares contabilizados no PIB oficial chinês simplesmente não existem.
Ele argumenta com dados convincentes: o PIB chinês está distorcido e cálculos prudentes apontam um número bem menor, noticiou o “World Affairs”.
Balding se apoia no trabalho de Stephen Green, do Standard Chartered Bank, um dos primeiros a denunciar que a China superdimensiona o seu PIB ao manipular os dados da inflação e que a economia chinesa só cresceu 5,5% no último ano e não 7,8% como reza a vulgata oficial.
Para Green, caso houvesse um índice para medir o grau de suspeita que paira sobre as estatísticas oficiais da China ele se utilizaria do termo técnico americano: ‘crazy bad’ (loucamente ruim).
Antes de se transformar no czar da economia chinesa, Li Keqiang confiou a representantes americanos que suas estatísticas não são confiáveis, ou “feitas a mão”.
Os estatísticos chineses podem ficar mal à vontade com os dados incontestáveis de Balding, mas de fato nada ocorrerá.
Afinal de contas, a falsificação não se deve a erros de cálculo, mas a um desígnio de hegemonia mundial que os chefes chineses herdaram do patriarca marxista Mao Tsé-tung.
Os estudos de Green e Balding revelam um estado crítico de fraqueza da economia chinesa. Há enorme desacordo sobre a proporção dívida–PIB e não se sabe bem qual é o volume real da dívida, uma vez que o governo central está “criando” PIB com gastos estatais massivos. As cidades fantasmas são um exemplo claro disso.
Li Keqiang tenta convencer a comunidade financeira mundial do contrário, mas ele anunciou um “estímulo econômico não-oficial” que obriga os bancos a emprestarem dinheiro às províncias para preencher metas do governo.
Mas o truque de Li infla os números do PIB e levanta sérias dúvidas sobre o futuro pagamento das obrigações governamentais.
Pequim defende que sua dívida pública em 2012 equivalia a 40% do PIB e seria gerenciável, mas sem dúvida a proporção é muito maior. Alguns sugerem até 200% (nos EUA em crise, a proporção atingiu 102,9% na ocasião).
Se os números de Balding estiverem certos, a China está à beira de uma monumental crise. Exageros aparecem nos números relativos à produção industrial.
Se os temores forem confirmados, o país comunista entrará numa crise da qual não conseguirá sair nesta década, concluiu o “World Affairs”.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo blogue Pesadelo Chinês