A proposta dos tuaregues do norte do Mali e rebeldes islâmicos para criar um Estado separatista dissipou-se na terça-feira depois que os dois grupos expressaram diferenças sobre que leis devem ser implementadas.
Ansar Dine, o grupo rebelde que diz ter laços com o Al-Qaeda, quer impor sua interpretação estrita da lei islâmica, enquanto os tuaregues são mais moderados. Ambos os grupos lutaram lado a lado contra o exército do Mali no norte do país, com os tuaregues chamando a região de sua pátria ancestral Azawad.
“Nós nos recusamos a aprovar a declaração final, porque é diferente do protocolo acordado que assinamos”, disse Ibrahim Ag Assaleh, um oficial do grupo rebelde tuaregue Frente de Libertação Nacional de Azawad (FLNA), à Reuters.
Ansar Dine quer impor a lei sharia, incluindo punições de cortar membros do corpo para certos crimes. “A aplicação estrita da sharia, por exemplo, cortar as mãos, não estamos de acordo”, disse outra fonte da FLNA conforme citada.
Assaleh disse à agência de notícias que o líder da FLNA, Iyad Ag Ghali, foi à cidade de Gao para dialogar com o Ansar Dine e tentar ressuscitar o acordo de unificação. Os dois grupos concordaram com a criação do Estado de Azawad apenas três dias antes, atraindo a condenação do governo do Mali.
Na segunda-feira, Hamadoun Toure, o ministro da Informação do Mali, disse que o Mali “rejeita categoricamente a ideia da criação de um Estado de Azawad, ainda mais um Estado islâmico”, informou a AFP. Ele continuou, “O Mali é secular e permanecerá secular.”
Tal Estado tem preocupado os Estados Unidos e os governos ocidentais, que temem que ele abrigaria militantes ligados ao Al-Qaeda.