Navios de patrulha chineses alcançam as ilhas Senkaku

12/09/2012 09:34 Atualizado: 12/09/2012 09:34
Uma equipe de inspetores japoneses realiza uma pesquisa a partir de barcos perto da ilha Uotsurijima, parte do arquipélago disputado conhecido no Japão como Senkaku e Diaoyu na China, em 2 de setembro de 2012. (Jiji Press/AFP/Getty Images)

O exército chinês posicionou seus navios de guerra nas disputas ilhas Senkaku, uma cadeia rochosa e desabitada no Mar da China Oriental, em meio a uma longa semana diplomática com o Japão sobre quem tem soberania sobre elas.

Depois de semanas ponderando a decisão, o governo japonês assinou na terça-feira um acordo de 2 bilhões de ienes (25 milhões de dólares) com o proprietário privado das cinco Senkaku, recebendo advertências de Pequim.

Dois navios de patrulha da Vigilância Marinha Chinesa, uma agência de aplicação da lei marítima, foram mobilizados e chegaram a águas próximas às ilhas na terça-feira “para afirmar a soberania do país”, disse a mídia estatal chinesa.

As pequenas ilhas estão localizadas a cerca de 200 quilômetros de Taiwan e a mais de 1.900 quilômetros de Tóquio e dariam direito a reservas de gás natural, petróleo e pontos principais de pesca no mar adjacente. O Japão as tem governado desde a década de 1970, quando os Estados Unidos as transferiram.

O Japão agora efetivamente nacionalizou o território com a decisão na terça-feira de comprar as ilhas do empresário Kunioki Kurihara, relatou o Japan Times.

O Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China (PRC) disse que a medida é “totalmente ilegal e inválida” e viola sua soberania, enquanto a mídia estatal chinesa criticou o Japão.

O Japão enviou um alto funcionário à Pequim na terça-feira para dirimir as tensões.

“Se há alguma situação difícil que possa atiçar sentimentos nacionais (na China e no Japão), é muito importante evitar mal-entendidos ou acidentes inesperados”, disse o chefe de gabinete Osamu Fujiwara conforme citado pelo Times. O Japão comprou as ilhas para manter a “gestão pacífica e estável”, continuou ele.

Ele ressaltou que a compra não tem nada a ver com disputas territoriais, dizendo que “isso não deveria causar problemas com outros países”.

O movimento veio depois que o líder chinês Hu Jintao disse ao primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda em 9 de setembro que “o Japão deve considerar plenamente a gravidade desta situação e não tomar a decisão errada”, quando os dois participavam do encontro da APEC.

Um dia depois, o premiê Wen Jiabao disse que o regime chinês “não faz absolutamente qualquer concessão em questões relativas a sua soberania e integridade territorial”, segundo a mídia estatal.

Para apresentar uma queixa a Tóquio, o ministro Yang Jiechi convocou então à RPC o embaixador japonês Uichiro Niwa, cujo carro foi recentemente danificado por um manifestante que protestava contra a afirmação japonesa sobre as ilhas.

O ministro japonês Koichiro Genba pediu calma, acrescentando que os laços bilaterais entre as duas principais economias da Ásia devem ser de suma importância.

“Os laços com a China são uma das mais importantes relações bilaterais para o Japão. […] Não podemos deixar que esta questão fique no caminho do desenvolvimento estável dos laços entre Tóquio e Pequim”, disse ele, segundo o Japan Times.

“Temos de lidar calmamente com a questão de forma ampla e continuar a sermos capazes de nos comunicar uns com os outros para nos certificarmos de que não haja mal-entendidos ou erros de julgamento”, acrescentou ele.