O regime chinês manterá seus navios patrulhando as águas próximas das disputas ilhas Senkaku numa tentativa de pressionar o Japão a abrir mão delas. “Colocaremos pressão sobre o Japão por meio de esforços público-privados”, disse um oficial chinês, que não foi identificado, ao Asahi Shimbun.
Na quinta-feira, o regime chinês publicou um panfleto que afirma que as ilhas Senkaku, conhecidas como Diaoyu, são “território intrínseco” da China, relatou a mídia estatal. O panfleto disse que a China foi o primeiro país a descobrir as ilhas e clamá-las com base na ideia de “primeiro a chegar, primeiro a ser servido”.
A Guarda Costeira japonesa disse à emissora NHK que os navios de patrulha chineses estão inspecionando barcos de pesca chineses perto das ilhas.
O Japão tem supervisionado as pequenas, rochosas e desabitadas ilhas no Mar da China Oriental desde os anos de 1970, após os Estados Unidos entregá-las ao Japão. As ilhas, aparentemente sem nada especial, teriam excelentes pontos de pesca e reservas de gás natural e petróleo perto de suas águas.
A China teria enviado o que foi descrito como uma “armada” de navios do governo para as ilhas mais de uma semana atrás, após o Japão anunciar que adquiriu as ilhas restantes de um empresário japonês.
No entanto, segundo o Japan Times, a armada estava longe disso. Apenas quatro navios de patrulha chineses foram vistos na noite de quarta-feira após relatos de que centenas ou até mesmo mil barcos de pesca estariam indo para as ilhas Senkaku. Uma dúzia de navios de vigilância chineses entrou na zona contígua do Japão e três entraram nas águas territoriais na terça-feira, relatou o Japan Times.
A Guarda Costeira do Japão disse que seis embarcações Yuzheng de monitoramento de pesca pertencentes à China estavam perto das ilhas Senkaku, segundo o Asahi. “Enviaremos navios de monitoramento em ondas e os faremos permanecer em torno das ilhas Diaoyu constantemente para mostrar nossa vontade de defender nossa soberania”, disse o funcionário chinês não identificado à publicação.
Barcos de pesca comerciais entrarão nas águas próximas às ilhas dependendo da resposta do Japão, acrescentou o funcionário. “Nossos navios de monitoramento estarão disponíveis para proteger os barcos de pesca quando entrarem nas águas ao redor das ilhas Diaoyu”, disse o oficial conforme citado.
Autoridades japonesas tentaram minimizar os navios chineses indo para as ilhas. “Navios de pesca chineses não são susceptíveis de enxamear” as águas perto das Senkaku, disse o ministro da pesca japonês Akira Gunji conforme citado pelo Japan Times. Mas o chefe de gabinete Osamu Fujimura disse que os navios seriam acompanhados de perto e o Japão “coletará informação relevante e ficará vigilante”.
Um funcionário da Guarda Costeira japonesa disse prever que a China adotará uma postura marítima mais agressiva no futuro próximo. “Nós precisamos lidar com isso”, disse o oficial ao Asahi.
Ao longo dos últimos dias, os protestos na China cresceram a respeito das ilhas disputadas, com cerca de 1.000 manifestantes marchando para a embaixada japonesa em Pequim e cantando slogans nacionalistas. Empresas japonesas que operam na China, incluindo Panasonic, Toyota e Honda reduziram suas operações devido aos protestos, às vezes violentos.
Terça-feira foi o 81º aniversário da invasão japonesa a China. O primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda salientou que seu governo continuará a manter conversações com a China sobre as ilhas disputadas.