Um carregamento de armas controverso para a Síria está agora voltando à Rússia, disse o governo britânico.
O MV Alaed, que se acreditava estar carregando três helicópteros de ataque remodelados para o regime de Bashar al Assad, provocou tensões diplomáticas entre Moscou e Washington na semana passada. “Estou satisfeito que o navio relatado estar carregando armas para a Síria tenha voltado, aparentemente, para a Rússia”, disse William Hague, o secretário britânico das Relações Exteriores, à Câmara dos Comuns na quarta-feira. “Nós temos em vigor um embargo de armas da União Europeia sobre a Síria”, acrescentou ele. “Nós desencorajamos qualquer um a fornecer armas à Síria. Tivemos discussões com a Rússia sobre isso especificamente.”
A seguradora marítima britânica ‘Standard Club’ deixou de dar cobertura ao navio em função da natureza da carga. “Estávamos cientes das alegações de que o Alaed estava carregando munições destinadas à Síria”, disse a empresa num comunicado à RIA Novosti. “Nós já informamos o proprietário do navio que sua cobertura de seguro cessou automaticamente tendo em vista a natureza da viagem.”
A companhia de navegação russa Femco, proprietária do MV Alaed, publicou uma declaração que negou a participação da empresa em “transportes ilegais de armas e helicópteros militares à Síria”. “O navio agora faz uma viagem comercial comum em plena conformidade com as normas e regras internacionais”, disse a declaração.
O MV Alaed carrega uma série de helicópteros de combate Mi-25 ‘Hind-D’ de propriedade síria, segundo o Daily Telegraph, que foram enviados para reparos na fabricante estatal Mil em Kaliningrado. Detalhes da expedição surgiram na semana passada, quando a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, acusou a Rússia de fornecer helicópteros à Síria para realizar o massacre de seus civis. As alegações causaram tensão internacional e Moscou foi rápido em apontar que os helicópteros foram vendidos muito tempo antes.
A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse aos repórteres na semana passada que o ponto era apenas um detalhe técnico. “Se eles são novos ou remodelados, a preocupação é que serão usados para o mesmo propósito que os helicópteros atuais na Síria estão sendo usados, para matar civis”, disse ela, segundo a AP.