Natureza da energia escura revelada em novo estudo

15/05/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 18:55

Na concepção do artista, a energia negra é representada pela grade roxa acima, e a gravidade, pela grade verde abaixo. Toda a matéria no universo emana gravidade, mas seus efeitos são localizados e decaem rapidamente a grandes distâncias. (NASA/JPL-Caltech)

A energia escura é real e, contraposta pela gravidade, está causando a expansão desenfreada do universo, de acordo com os resultados de uma pesquisa de cinco anos envolvendo mais de 200 mil galáxias através de sete bilhões de anos-luz.

Liderados por Chris Blake na Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, Austrália, uma equipe de 26 astrônomos tomou parte no WiggleZ Pesquisa da Energia Escura, usando o telescópio Galaxy Evolution Explorer da NASA no espaço e o Telescópio Anglo-Australiano na Austrália para mapear a distribuição das galáxias numa vasta expansão do universo.

Os cientistas descobriram que a energia escura parece ser uma força constante, expandindo uniformemente o cosmo em velocidades cada vez mais aceleradas.

Albert Einstein conjecturou que existe uma força constante que se opõe à gravidade e previne que o universo entre em colapso. Mas mais tarde ele chamou esta hipótese de seu maior erro, e surgiu uma teoria alternativa em que a gravidade atua como esta força.

No entanto, os estudos sobre o brilho de supernovas distantes ou estrelas que explodiram no final dos anos 90 levaram os astrônomos a compreender que o universo está se expandindo num ritmo crescente, e a hipótese da energia escura readquiriu credibilidade.

“O WiggleZ diz que a energia escura é real”, disse Blake num comunicado de imprensa da universidade. “Einstein permanece invicto.”

“A ação da energia escura é como se você jogasse uma bola para cima, e ela se mantivesse no ar subindo com uma velocidade cada vez mais rápida”, disse Blake num comunicado de imprensa da NASA.

“Os resultados nos dizem que a energia escura é uma constante cosmológica, como Einstein propôs. Se a gravidade fosse a culpada, então não estaríamos vendo esses efeitos constantes da energia escura ao longo do tempo.”

Os resultados da pesquisa foram confrontados com dois outros tipos de observações, o padrão de distribuição galáctica no espaço, e a rapidez com que os aglomerados de galáxias se formam ao longo do tempo.

“Embora a física exata necessária para explicar a energia escura ainda permaneça um mistério, saber que a energia escura existe avança o entendimento dos astrônomos sobre a origem, evolução e destino do universo”, disse o coautor Warrick Couch na Universidade de Swinburne, de acordo com o comunicado da universidade.

As conclusões da equipe apareceram em dois artigos publicados em meados de 2011 na Monthly Notices da Sociedade Real de Astronomia.