Durante os próximos 4 bilhões de anos o Sol se transladará para uma nova região em nossa galáxia, mas os astrônomos acreditam que é possível que a Terra e o sistema solar não estejam em perigo
Astrônomos da NASA do Telescópio Espacial Hubble informaram na quinta-feira que com certeza a Via Láctea colidirá com nossa galáxia vizinha de Andrômeda, e isso ocorrerá em 4 bilhões de anos.
“O próximo evento cósmico importante que afetará nossa galáxia, o Sol e o sistema solar é a colisão titânica de nossa galáxia, a Via Láctea, com a galáxia vizinha de Andrômeda [M31]”, diz o relatório divulgado 31 de maio pela NASA sobre os resultados de Roeland van der Marel do Space Telescope Science Institute (STScI) de Baltimore, nos EUA.
Para agravar a complexa situação, a pequena galáxia Triângulo, também chamada de M33, se juntará ao choque e talvez se funda com Andrômeda. “Há uma pequena possibilidade de que M33 virá primeiro”, diz o estudo.
Numa análise de como esta colisão ocorrerá, especialistas acreditam que o Sol se move numa região nova em nossa galáxia, mas é possível que a Terra e o sistema solar não corram risco de serem destruídos.
Andrômeda está a 2,5 milhões de anos-luz de distância e “está caindo inexoravelmente em direção à Via Láctea numa atração gravitacional mútua entre as duas galáxias e a matéria escura que circunda as duas”, segundo o estudo.
“Depois de quase um século de especulações sobre o destino futuro de Andrômeda e de nossa Via Láctea, enfim temos uma ideia clara de como os acontecimentos se desenrolarão nos próximos bilhões de anos”, diz Tony Sohn Sangmo do STScI.
Os pesquisadores estimam que a velocidade de aproximação de Andrômeda em relação à Via Láctea é 2 mil vezes mais rápida, mas ainda assim demorará cerca de 4 bilhões de anos. Neste contexto, a NASA explica que Andrômeda se move a 250 mil milhas/hora. Isso é rápido o suficiente para viajar daqui para a lua em uma hora.
A explicação é que o universo está em sua fase de expansão e aceleração e que colisões ocorrem naturalmente, e segundo pesquisa feita pelo Hubble, “esses encontros eram comuns no passado, quando o universo era menor”.
Por mais de um século, os astrônomos tentam medir o movimento lateral de Andrômeda e só agora a equipe do Telescópio Espacial Hubble, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da NASA, coordenados por Roeland Van der Marel fizeram observações descritas como “extraordinariamente precisas do movimento lateral da M31 [Andrômeda], que afastam qualquer dúvida de que ela está destinada a colidir e se fundir com a Via Láctea.”
Esses dados foram observados repetidamente em certas regiões da galáxia por cinco a sete anos, disse Jay Anderson, do STScI.
Na simulação realizada com estes resultados, o pior cenário é que Andrômeda colida com a Via Láctea de frente, e as estrelas sejam espalhadas em diferentes órbitas, relata Gurtina Besla da Universidade de Columbia em Nova York, segundo o Hubble.
“As populações estelares de ambas as galáxias se empurrariam, e a Via Láctea perderia sua forma achatada de panqueca com a maioria de suas estrelas em órbitas quase circulares. Os núcleos das galáxias se fundiriam, e as estrelas estabeleceriam órbitas aleatórias para criar uma galáxia de forma elíptica”, concluiu Gurtina.
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