Na revolução da construção verde, o software é uma força motriz

12/06/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 18:50

CIDADE DO FUTURO: Uma ferrovia e uma cidade criadas no Autodesk Civil Visualization Extension. O software está ajudando a impulsionar o movimento da construção verde. (Autodesk)

Em meio à crise imobiliária, aos custos crescentes de energia e à cobrança ambiental pelas emissões de gases de efeito estufa, a construção verde está prestes a ter grande sucesso, e o software de computador é o centro do movimento.

Apenas nos Estados Unidos, os edifícios usam cerca de 40% da energia do país. Embora as empresas norte-americanas gastem 800 bilhões por ano em custos de energia, estima-se que 42% da energia usada para aquecer e resfriar um edifício é desperdiçada, de acordo com um informe oficial da GreenLink Alliance.

A mudança climática também tem desempenhado um grande papel na transformação das marés do design sustentável, e governos locais, estaduais e internacionais ao redor do mundo estão pondo em prática regulamentos e controle de energia.

“Nós realmente enxergamos que o design sustentável passou de algo bom para algo que deve ser feito”, disse Sarah Hodges, gerente sênior de marketing da indústria Autodesk. “Assim, mesmo que os edifícios possam ser vistos como tendo um efeito negativo sobre o ambiente, um lado positivo é que eles apresentam os meios mais eficazes para melhoria.”

A Autodesk está entre as empresas líderes na criação de softwares de design 2-D e 3-D para as indústrias de construção e entretenimento.

De acordo com Hodges, ao longo da existência de um edifício, 90% de seu custo virá após a construção. “Então, você pode imaginar como é importante para o proprietário ser capaz de compreender quanto um prédio vai custar após a construção, e o que pode ser feito antes da construção para reduzir o custo total.”

Cada nova peça de software tem contribuído para promover a indústria. O melhor e mais recente da Autodesk é um novo componente para o seu software Revitt.

A tecnologia permite que os usuários vejam um edifício antes que seja construído, para simular os sistemas mecânicos do edifício, e “analisar esses sistemas para entender quanto calor liberará e quanto resfriamento é necessário para o prédio, assim nos certificando de que atingimos as temperaturas ideais sem desperdiçar energia”, disse Hodges.

Apesar dos softwares e sistemas de computador terem se tornado mais amplamente utilizados, efeitos adversos também apareceram na indústria da construção verde. Segundo o arquiteto Michael McDonough, é preciso haver um equilíbrio entre a tecnologia e o conhecimento de campo.

“De certa forma, você não pode sequer pensar em fazer um edifício verde com qualquer nível de sofisticação sem um software”, disse McDonough.

“Este material está emergindo conforme entramos na era de ouro da construção verde”, disse ele, acrescentando, “O admirável mundo novo tem grandes buracos nele… Estas são ferramentas, ferramentas úteis, [mas] não vão consertar tudo.”

McDonough é especializado em projetar prédios que geram mais energia do que usam. O segredo do negócio, de acordo com McDonough, está na cobertura do edifício, paredes, telhado, portas e janelas, onde 50-90% da energia é perdida.

McDonough estava na indústria antes do software se tornar o padrão. Ele mencionou que costumava usar máquinas de fax para fazer projetos inteiros. Então, o CAD apareceu. O software de arquitetura foi desenvolvido na década de 1970, e, em 1995, o Instituto de Arquitetos Americano, nos EUA, intitulou o software como maduro o suficiente para a indústria.

“Em 1995, isso começou a fazer sentido economicamente, então eu comprei”, disse McDonough, acrescentando que com a tecnologia verde atual “você está olhando para um software que só agora está surgindo online”.

Muitas vezes, os problemas surgem simplesmente da “ignorância do pessoal da área”. McDonough acrescentou, “O arquiteto especificará um sistema de construção muito sofisticado, as pessoas que compraram o prédio assumirão compromissos por causa do custo ou simplesmente farão errado, porque querem investir pouco ou não têm experiência.”

“Os jovens de hoje, que estão se formando nas áreas da arquitetura e engenharia, não têm qualquer experiência de campo. Eles acreditam no modelo do computador, e os resultados costumam ser muito ruins”, disse McDonough. “Não é que você precise de um software. Você precisa de pessoas que sabem como edifícios realmente funcionam. Você precisa de pessoas com experiência… é preciso haver um equilíbrio.”

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