Na disputa das ilhas, tentativa de suavizar tensões entre China-Japão

25/09/2012 08:59 Atualizado: 25/09/2012 08:59
Disputa global continua em ritmo acelerado, enquanto alguns esforços parecem destinados a mitigar o antagonismo
Conflito entre o Japão e a China pelas ilhas Senkaku. (Sam Yeh/AFP/Getty Images)

Mudanças sutis ocorreram entre China e Japão na disputa recente sobre algumas ilhas rochosas, com o indicado próximo líder chinês dizendo que a China quer uma solução pacífica e o primeiro-ministro japonês admitindo um “erro de cálculo”. Simultaneamente, o forte antagonismo persiste.

Embora Xi Jinping tenha pedido paz, o regime chinês ainda enviou mais navios-patrulha para águas próximas às ilhas disputadas, chamadas de Senkaku e localizadas no Mar da China Oriental.

Xi Jinping fala ‘pacificamente’

Na abertura do encontro de comércio do Sul da China, Xi Jinping disse que a China queria uma solução pacífica, informou a Reuters.

Xi Jinping reiterou a afirmação de soberania de Pequim, mas acrescentou que a China está “empenhada em resolver as diferenças pacificamente com os vizinhos relativas à terra, ao mar e aos direitos e interesses marítimos, por meio de negociações amigáveis.”

Ele também disse que a prosperidade da própria China só poderia ser garantida tendo boas relações com seus vizinhos, segundo a Reuters.

Artigos sobre as ilhas Senkaku foram retirados de alguns jornais no fim de semana. Wu Jianguo, um comentarista independente e escritor em Shenzhen, previu que a elaboração de artigos sobre o assunto na imprensa chinesa abrandaria na próxima semana, em entrevista à Rádio Free Asia.

Japão manda enviado

Em entrevista à Asahi TV do Japão em 20 de setembro, o primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda admitiu que calculou mal a reação de Pequim sobre a compra de seu governo das ilhas Senkaku.

Ele também disse que os fortes protestos contra a nacionalização das Senkaku foram muito além de suas expectativas e que ele mandará um enviado especial à China para reduzir a tensão entre os países.

Conflito entre o Japão e a China pelas ilhas Senkaku. (Sam Yeh/AFP/Getty Images)

Protestos e impasse

A compra do Japão das ilhas Senkaku de um empresário japonês provocou uma onda de protestos anti-Japão em mais de 100 cidades chinesas. A Guarda Costeira do Japão disse ter visto 20 navios-patrulha e de monitoramento da pesca chineses perto das ilhas em disputa, segundo a Kyodo News. A China também realizou um exercício militar no Mar da China Oriental, depois que o Japão comprou as ilhas.

Enquanto isso, as Forças de Autodefesa do Japão também enviaram navios-patrulha e de vigilância para as proximidades das ilhas Senkaku.

No entanto, Joseph Yu-Shek Cheng, professor de ciência política na Universidade da Cidade de Hong Kong, acredita que tanto a China como o Japão não podem se dar ao luxo de estar em guerra entre si. “Acho que ambos os lados lidarão com os navios que se aproximam das ilhas Senkaku com extrema cautela, porque todos estão temerosos de acidentalmente começarem uma guerra.”

“Controle conjunto”

Agora, o regime chinês busca uma administração conjunta com o Japão sobre as ilhas Senkaku.

O jornal Chinese Financial Times disse que a China agora não está tentando possuir as ilhas, mas em vez disso resistir à nacionalização intentada pelo Japão, numa tentativa de ter “controle conjunto”.

Su Hao, um professor da Universidade de Relações Exteriores da China, escreveu na versão chinesa do Global Times que a China busca uma administração conjunta das ilhas e fazer o Japão aceitar o fato de que a disputa sobre as ilhas ainda existe.

Uma vez que Su Hao é professor da Universidade de Relações Exteriores da China, alguns analistas acreditam que o ponto de vista de Su Hao poderia ser um eco da opinião da liderança chinesa, segundo uma reportagem da Voz da América.

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