Mursi oficialmente investido no cargo no Egito

02/07/2012 03:00 Atualizado: 02/07/2012 03:00

O presidente egípcio, Mohamed Mursi fez um discurso na Universidade do Cairo, depois de ser empossado em 30 de junho de 2012, para se tornar o primeiro líder eleito livremente no país e seu primeiro presidente desde a queda de Hosni Mubarak no ano passado. (Ahmad Abdul Fatah/AFP/Getty Images)Mohammed Mursi se tornou o primeiro presidente do Egito eleito livremente desde a revolução do país quase um ano e meio atrás.

O representante da Irmandade Muçulmana prometeu um novo futuro para o país num juramento simbólico do cargo na noite de sábado. “Aspiramos a um amanhã melhor, um novo Egito e uma segunda república”, disse Mursi num discurso televisionado para o Supremo Tribunal Constitucional do país. “Hoje, o povo egípcio lançou as bases de uma nova vida: a liberdade absoluta, de uma verdadeira democracia e estabilidade”.

Mursi, o primeiro presidente islâmico eleito livremente do mundo árabe, pertence à Irmandade Muçulmana, amplamente considerada como uma organização fundamentalista. A Irmandade também foi suprimida quase desde seu início 84 anos atrás.

No entanto, Mursi é um presidente sem um corpo legislativo. Um dia antes de as urnas abrirem para a rodada final da votação presidencial, a Suprema Corte do Egito dissolveu o parlamento por causa de irregularidades nas eleições. Os militares então transferiram para si os poderes legislativos e emitiram mais decretos dando-lhe veto efetivo sobre qualquer nova constituição.

Em outra pronunciação mais tarde na noite de sábado para uma plateia de milhares na Universidade do Cairo, Mursi teve o cuidado de elogiar o papel dos militares no sentido de garantir uma transição pacífica do poder. “As forças armadas são o escudo e a espada da nação”, disse ele. “Prometo diante de Deus que protegerei essa instituição, os soldados e comandantes, aumentarei seu prestígio e os apoiarei com todos os poderes à minha disposição para que possam ser mais fortes.”

No entanto, ele deu a entender que a instituição deverá devolver poderes legislativos a um Parlamento eleito. “O Conselho Supremo das Forças Armadas tem honrado sua promessa de não ser um substituto para a vontade popular e as instituições eleitas agora voltarão a desempenhar suas funções quando o glorioso exército egípcio voltar a se dedicar a sua missão de defender as fronteiras do país e a segurança”, disse ele.