Mulheres sequestradas pelo Boko Haram descrevem tormentos a que foram submetidas

22/12/2014 12:07 Atualizado: 22/12/2014 12:07

Cerca de uma centena de meninas e moças nigerianas que foram sequestradas pelos fanáticos islâmicos do Boko Haram mas conseguiram fugir, descreveram os tormentos de que foram objeto, segundo noticiou o jornal Clarín de Buenos Aires.

Aplicando os conselhos do Corão para o trato com os cristãos, os islamitas escravizaram-nas e as submeteram a trabalhos degradantes, estupros, torturas, abuso psicológico e “matrimônio forçado”, além de obrigá-las a se “converterem” pela força ao Islã.

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Os testemunhos foram recolhidos num informe elaborado pela Human Rights Watch, associação que entrevistou uma centena de fugitivos dos acampamentos do grupo “modelarmente fiel ao Corão”, no nordeste da Nigéria.

Mais de 500 mulheres, adultas e menores de idade, foram sequestradas desde 2009. O caso mais tristemente célebre aconteceu no início de 2014, quando foram raptadas quase 300 moças de um colégio cristão.

Boko Haram também usa as mulheres e adolescentes sequestradas como “bucha de canhão” nos combates, denunciou HRW. O relatório cita uma jovem de 19 anos que foi sequestrada e obrigada a participar de ataques dos adeptos do Corão.

“Eles me pediram para levar as munições e me deitar na grama enquanto lutavam. Eles vinham recarregar durante os combates”, contou a moça.

Ela recebeu ordem de degolar com uma faca um adversário capturado pelo Boko Haram. “Eu tremia de terror e não pude fazê-lo. Então a mulher do chefe do acampamento pegou a faca e o matou”, acrescentou.

Outra ex-refém contou que foi obrigada a cozinhar e limpar para outras mulheres, que recebiam tratamento preferencial “pela sua beleza”.

Outras denunciaram violações e violência física. Uma mulher garante ter sido ameaçada de morte com uma corda no pescoço até se “converter” ao Islã.

Uma moça de 15 anos alegou ser jovem demais para casar, e um dos comandantes lhe respondeu que sua filha de cinco anos fora desposada no ano anterior.

As jovens ficaram traumatizadas pelo que viram durante o sequestro, além de não terem recebido tratamento médico adequado.

Editado por Epoch Times