Mulher pode se juntar a liderança máxima da China

08/07/2012 03:00 Atualizado: 08/07/2012 03:00

Liu Yandong, a única mulher membra do Politburo o Partido Comunista Chinês, na sessão de abertura do Congresso Nacional Popular, em 2008. (Frederic Brown/AFP/Getty Images)O clube masculino mais exclusivo na China pode acolher um membro feminino no próximo 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Liu Yandong, uma membra do alto escalão do Politburo descrita como a “mulher mais poderosa da China”, pode ser nomeada para o Comitê Permanente do Politburo, o grupo de nove que governa o PCC. Até hoje, a Comissão Permanente só teve membros masculinos.

Nativa da província de Jiangsu, Liu atualmente atua como conselheira de Estado e supervisiona os Ministérios da Saúde, Cultura e Educação. Especuladores acreditam que ela assumirá a posição de Jia Qinglin no Comitê Permanente. Jia é o atual presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Liu foi uma dos altos oficiais que acompanharam recentemente o líder chinês Hu Jintao durante sua visita a Hong Kong, o que parece confirmar a especulação de que ela está destinada a subir. Também é esperado que ela tenha uma posição no Politburo, porque o PCC está tentando mostrar sua tolerância em relação às mulheres, segundo analistas.

O regime chinês tem se mantido principalmente em silêncio sobre suas escolhas para o 18º Congresso Nacional que acontece em outubro. Os nove membros do Comitê Permanente são considerados os mais poderosos na China, mas a obscuridade do funcionamento interno do grupo deixa apenas especulações sobre quem subirá no ranking e quem será expulso.

Liu, de 66 anos, faz parte da classe “principesca” da China, que significa que ela é filha de um oficial comunista sênior e influente. Seu pai, Liu Ruilong, um dos oficiais fundadores do 14º Batalhão do Exército Vermelho do PCC, juntou-se ao Partido em 1926. Ele foi derrubado durante a Revolução Cultural, que durou de 1966 a 1976.

Na época, Liu condenou seu pai e tentou distanciar-se dele, como era comum durante a Revolução Cultural do ex-líder Mao Tsé-tung. Estimativas variam colocando o número de mortes da Revolução Cultural entre 2 milhões e mais de 30 milhões, além do tratamento desumano de outras dezenas de milhões.

Liu, que ascendeu nas fileiras da Liga da Juventude Comunista e da Frente Unida, é considerada há muito tempo uma aliada fiel de Hu Jintao. Em 2007, ela foi nomeada para o gabinete do primeiro-ministro Wen Jiabao no 17º Congresso Nacional.

Em abril, o jornal London Telegraph especulou que a destituição de Bo Xilai, o ex-prefeito da megalópole de Chongqing que era cotado para ser um membro do Comitê Permanente, favoreceu a ascensão de Liu ao topo do PCC.