A mulher do líder oposicionista venezuelano preso Leopoldo López, Lilian Tintori, pediu apoio internacional para pressionar o governo pela libertação de seu marido e outros presos políticos, em um artigo publicado nesta segunda-feira (20).
“Peço aos governos ao redor do mundo que tomem ações significativas para libertar os presos políticos”, afirmou Tintori no jornal americano Washington Post. “Meu marido precisa do apoio de todos os países que defendem a liberdade”, reforçou.
“Devemos enviar uma mensagem ao governo venezuelano de que não pode pisotear sobre os direitos das pessoas impunemente”, declarou Tintoti. López, presidente do partido Vontade Popular, está detido desde fevereiro, esperando julgamento. Ele é acusado de incitar a violência durante a onda de protestos que tomou o país no mesmo mês.
O dirigente opositor foi um dos incentivadores da estratégia “A Saída”, que consistia em ocupar as ruas para forçar a renúncia do presidente Nicolás Maduro, eleito em abril de 2013, o que levou Maduro a classificar os protestos como “golpe de Estado”.
Tintori denunciou “várias violações de normas legais e de direitos humanos” na acusação contra seu marido, que o governo, segundo ela, “jurou manter preso durante uma década”.
“Maduro tem medo dele, e tem razões para isso”, assegurou, acusando o presidente de descumprir promessas e acabar com “liberdades fundamentais” na Venezuela.
País com as maiores reservas de petróleo do planeta, a Venezuela atravessa uma severa crise econômica. O ditador Nicolas Maduro, sem mostrar saídas para os problemas enfrentados pela população, acusa setores ligados à oposição venezuelana e conservadores dos Estados Unidos e Colômbia de promover uma “guerra econômica” contra seu governo.
A inflação alta, a falta de produtos básicos, como papel higiênico, açúcar, farinha e leite, além dos altíssimos índices de criminalidade e da falta de liberdades, levaram os venezuelanos às ruas em uma onda de protestos que já dura meses.
As manifestações têm sido duramente reprimidas e os confrontos já deixaram mais de 40 mortos, 800 feridos e centenas de detidos.