Centenas de muçulmanos se reuniram diante da Grande Mesquita de Paris para expressar que repudiam o nome do grupo de jihadistas que se autodenominam “Estado Islâmico”. Na visão dos religiosos que moram na França, o grupo não é religioso, e sim terrorista.
O Conselho Francês da Fé Muçulmana convocou o protesto depois da decapitação do guia de montanhismo francês Hervé Gourdel morto pelo grupo jihadista argelino ligado ao EI. “Este não é um Estado – é uma organização terrorista”, disse Ahmet Ogras, vice-presidente da entidade.
O protesto pede que o EI use outro nome, pois ligar a fé islâmica a atos de terrorismo estigmatiza os muçulmanos. “Não se pode brincar com as palavras”, afirmou Ogras.
A proposta dos grupos muçulmanos nas mídias sociais é para que o EI troque de nome. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, descreveu os jihadistas como “Un-Islamic Nonstate” (Não Estado Anti-islâmico) tendo como siglas UINS/NEAI, que podem ganhar grande aceitação na comunidade internacional.
A França é o país com a maior comunidade muçulmana da Europa e mesmo assim tem participado dos ataques aéreos contra o grupo de terroristas no Iraque. A luta para que o EI mude de nome se tornou uma briga diplomática, o chanceler Laurent Fabius chegou até a solicitar que o governo francês não use mais o termo Estado Islâmico para se referir ao grupo, propondo o nome “Daesh”, um acrônimo usado na língua árabe que significa “esmagar”.
“Trata-se de um grupo terrorista, não de um Estado”, disse Fabius durante um discurso na Assembleia Nacional. “Eu os vou chamar de Fascínoras Daesh”.