Paraná
Quatro dias após a invasão de uma área da fazenda Araupel, entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, no Paraná, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) trabalham intensamente na estruturação do acampamento para abrigar 2,5 famílias.
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Os sem-terra dizem que estão cumprindo um juramento feito há 18 anos, quando ocorreu a primeira invasão. Na época, dois jovens de 16 anos foram mortos no assentamento e desde então eles prometeram ocupar toda a área da Araupel para fins de reforma agrária. A empresa já obteve uma liminar com mandado de reintegração de posse, mas que ainda não foi cumprido. Na quarta-feira (23), uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário, em Brasília, vai discutir a questão.
Integrantes do MST ocuparam o prédio da Justiça Federal em Mato Grosso nesta terça-feira (22) para reivindicar agilidade no andamento de processos referentes à desapropriação de cinco propriedades rurais no estado. Cerca de 150 pessoas estão no local e aguardam reunião com um magistrado responsável pelos trâmites processuais. Um dos processos, segundo o MST, já se arrasta por mais de 13 anos.
Uma das representantes, Lucinéia Freitas, disse que os processos são referentes a cinco áreas localizadas nos municípios de Jaciara, Cáceres e Acorizal. Segundo ela, as famílias que devem se mudar para os locais estão acampadas há anos, aguardando definição das áreas. “Tem cinco processos parados na Justiça há vários anos e hoje viemos aqui [na Justiça Federal] para cobrar que a situação seja resolvida”, afirmou.
Nenhuma propriedade em questão, sendo duas em Cáceres, está ocupada pelos sem-terra. As fazendas Mutum e Rancho Verde, no município, têm capacidade para abrigar 230 famílias, de acordo com a representante do MST. As demais têm condições de acomodar outras 200.
Lucinéia explicou que algumas áreas foram consideradas improdutivas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas que os proprietários das terras recorreram à Justiça e pediram a realização de perícia para comprovar que as áreas são produtivas. Enquanto a perícia não é feita e o resultado não é divulgado, o processo fica parado. Esse é um dos problemas que impedem o andamento dos processos, conforme a sindicalista.
Grupos do MST voltaram a fechar a BR-101 na divisa entre a Paraíba e o estado de Pernambuco, no início da tarde de segunda-feira (21). Na última sexta-feira (18), manifestantes do MST também fecharam a rodovia dificultando o acesso aos dois estados.
A Polícia Rodoviária foi até o local e, também pelas redes sociais, orientou os motoristas a seguiram por desvios utilizando as cidades de Pedras de Fogo, Itambém e Goiana. Ainda não foram repassadas informações a respeito do motivo da manifestação. Na última sexta-feira, os manifestantes reivindicavam a reforma agrária e a rodovia ficou interditada por quase seis horas.