Movimento de renúncia ao Partido Comunista Chinês anuncia uma nova China

21/05/2013 15:19 Atualizado: 21/05/2013 15:19
Atividades em Nova York apoiam o pacífico movimento
Baiqiao Tang, presidente do China Peace e um proeminente dissidente chinês, numa manifestação pelo fim da perseguição ao Falun Gong na China, diante da sede das Nações Unidas em Nova York, em 17 de maio de 2013 (Edward Dai/The Epoch Times)

NOVA YORK – Membros do Partido Comunista Chinês (PCC) estão renunciando-o as dezenas de milhares, como grãos de areia deslizando numa ampulheta do PCC.

Um evento de apoio aos mais de 138 milhões de chineses que já renunciaram ao PCC e a suas organizações afiliadas foi realizado em frente à sede das Nações Unidas em Nova York em 17 de maio. Centenas de pessoas, a maioria deles chineses, encheram a Praça Dag Hammarskjold e silenciosamente agitaram faixas, enquanto oradores se revezaram no pódio, discursando ao público sobre o que o movimento de renunciar ao PCC realmente significa para a China hoje.

O movimento “Tui Dang” ou “Sair do partido” é a personificação da não-violência e um despertar da consciência que está mudando a China. Introduzido em novembro de 2004, após a publicação de uma série editorial pela edição chinesa do Epoch Times que revela a história sem censura do PCC, as pessoas começaram a renunciar às dezenas de milhares, registrando suas decisões num website mantido por simpatizantes do movimento.

“Desta forma, a organização comunista está gradualmente erodindo”, disse Yi Rong, presidente do Centro de Assistência Global para Renunciar ao PCC.

Os oradores variavam de chefes de várias organizações de direitos humanos até pessoas que foram vítimas do sistema de campos de trabalho forçado e prisões do PCC, onde os praticantes do Falun Gong são frequentemente torturados.

Muitos participantes eram praticantes da disciplina chinesa de autocultivo chamada Falun Dafa (também conhecido como Falun Gong), que tem sido brutalmente perseguida pelo PCC desde 1999, segundo o Centro de Informações do Falun Dafa, uma assessoria de imprensa oficial para o Falun Gong. Os crimes do PCC, inclusive mais de 100 formas de tortura, direcionados contra o grupo pacífico do Falun Gong, foram abordados pelos palestrantes.

O congressista norte-americano Chris Smith, co-presidente da Comissão Executiva do Congresso sobre a China, enviou uma carta de apoio ao evento. Ele disse que apoia os 8 mil praticantes do Falun Dafa que chegaram a Nova York para as atividades do fim de semana e pediu o fim da perseguição ao Falun Dafa na China.

Man-Yan Ng, vice-presidente-executivo da Sociedade Internacional de Direitos Humanos na Alemanha, numa manifestação pelo fim da perseguição ao Falun Gong na China, diante da sede das Nações Unidas em Nova York, em 17 de maio de 2013 (Samira Bouaou/The Epoch Times)

“Recebi extensos depoimentos retratando que a situação na China piorou. A repressão é generalizada e grave”, disse ele, referindo-se a perseguição do PCC aos praticantes do Falun Gong. “Os milhões de praticantes do Falun Dafa na China e até mesmo aqui nos Estados Unidos em certo momento, foram submetidos a atos de violência e assaltos, roubo de propriedade e destruição, escutas ilegais, intimidação e perseguição.”

“Na China, milhares de praticantes da disciplina pacífica foram mortos”, disse ele. “Centenas de milhares de pessoas foram detidas e mais de 100 mil foram condenados a campos de trabalhos forçados, geralmente sem julgamento.”

O movimento de renúncia ao PCC é visto por muitos como o único caminho pacífico para o inevitável colapso do regime.

Baiqiao Tang, presidente do China Peace e um proeminente dissidente chinês, foi um dos oradores no comício. Ele é coautor de “Anthems of Defeat: Crackdown in Hunan Province 1989–1992” (tradução livre: “Hinos da derrota: Repressão na província de Hunan 1989-1992”), publicado pelo Human Rights Watch.

Falando por meio de um intérprete chinês, Tang disse que em 2010 houve cerca de 150 mil manifestações públicas em larga escala por toda a China e que no ano seguinte o PCC parou de publicar as estatísticas.

Desde então, disse ele, “estima-se que 300 mil manifestações acorram pela China anualmente por causa da insatisfação com o regime do partido comunista”.

Embora o orçamento militar do PCC seja um dos maiores do mundo, o regime gasta ainda mais no monitoramento e perseguição do próprio povo, segundo Tang. Ele disse que protestos que irrompem por toda a China são a razão do PCC gastar tanto dinheiro em vigilância, censura da internet e pessoal paramilitar nas ruas.

Tang disse que, apesar dos esforços do PCC, “Nada pode parar esta onda do povo chinês que se levanta, porque a China é maior do que qualquer etnia individual no país […] qualquer etnia que você faça parte na China, você é primeiramente chinês e deve se levantar e se posicionar junto, porque um dia o Partido Comunista cairá.”

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