LOS ANGELES – O filme “Morte pela China: Um emprego perdido de cada vez” (Death by China) é um documentário que abre os olhos sobre a devastação econômica causada pela China. É um documentário muito franco, apoiado por especialistas e congressistas norte-americanos, que foram incapazes de reverter a situação em favor da base de fabricação dos EUA e sua força de trabalho, desde que a détente de Kissinger trouxe a China para a Organização Mundial do Comércio.
No entanto, a China não poderia ter feito isso sozinha. Corporações multinacionais dos EUA saíram de casa com sua tecnologia e capital, deixando 72 mil fábricas vazias e uma força de trabalho devastada de cerca de 25 milhões de desempregados. Outros optaram por apenas expandir seu mercado de vendas para a China, alguns com resultados inesperados.
O filme, dirigido pelo professor Pedro Navarro, professor de Economia e Políticas Públicas da Universidade da Califórnia, Irvine, é baseado no seu livro de 2011 (com Greg Autry) de mesmo título.
O filme teve uma seleção exclusiva com uma dúzia de especialistas em questões sobre a China em 17 de agosto no Laemmle Playhouse 7 em Pasadena, Califórnia. A casa estava cheia.
Jane, uma médica na plateia disse, “Foi um documentário muito equilibrado.”
Quem é o culpado?
Navarro começa sua produção num centro comercial na Black Friday (um evento criado pelos varejistas norte-americanos que ocorre na sexta-feira após o dia de Ação de Graças envolvendo grandes descontos). Compradores foram perguntados sobre o que compraram e por quê. Em seguida, perguntou-se, “Onde foi fabricada sua compra?” Suas respostas foram interessantes e refletiram como a economia tem alimentado a aceitação do “Feito na China”. Alguns timidamente dão desculpas, enquanto outros ficam quietos.
Não é muito diferente das empresas da Fortune 100, que apenas respondem, sem qualquer remorso de deixar a América, “É apenas um negócio. Somos responsáveis perante o conselho.”
As pessoas poderiam se perguntar, “Em que empresas meu plano de pensão é investido? Será que somos diferentes dos compradores ou fabricantes?”
China não se responsabiliza
A avaliação é feita sobre a China e sua falta de responsabilidade pelos acordos de adesão à OMC. Onde existem vantagens competitivas devido a subsídios oficiais injustos através de reduções de impostos sobre as exportações ou a falta de leis internacionalmente aceitas, tais como segurança no trabalho, idade dos trabalhadores e poluição, há recursos que usam tarifas para equilibrar a concorrência entre os vários países para os mesmos produtos. No entanto, isso raramente tem sido feito com a China.
A China usa vários “subsídios” vantajosos para tornar seus produtos mais acessíveis à exportação. Muitas empresas são estatais, ou seja, são de propriedade do Partido Comunista Chinês (PCC), para o benefício dos membros do PCC envolvidos. Assim, eles recebem vantagens adicionais do regime para exportar.
Uma exposição das leis trabalhistas descumpridas indica que a China tem a pior poluição do ar no mundo. Isso não só mata o povo chinês, mas a poluição se dispersa ao redor do mundo inteiro.
A China também não tem leis de segurança no trabalho, requisitos de saúde ou regras de pagamento de horas extras.
A lista torna-se ainda maior com o trabalho infantil, escravo e de prisioneiros que instalações estatais promovem, assim, enchendo os bolsos de oficiais locais do PCC e reduzindo os custos de forma significativa e prejudicando outras economias ao redor do mundo.
A China também utiliza manipulação cambial, que tem sido uma vantagem para sua competitividade. Muitos presidentes norte-americanos ameaçaram agir, mas nenhum fez qualquer coisa.
Oriente selvagem
Falsificação, pirataria e confisco de empresas norte-americanas baseadas na China estão ocorrendo. Os custos para empresas estrangeiras são surpreendentes em qualquer uma destas categorias. Quem pensaria que o Google correria para casa, tendo sido enganado pelo PCC?
Segundo o Centro de Propriedade Intelectual Global, a China continua a ser o país número um de origem de produtos falsificados e pirateados apreendidos, sendo responsável por 62% ou 124,7 milhões de dólares do valor total de apreensões dos EUA em 2011. Mas o impacto para varejistas é muito maior. De acordo com a Administração de Comércio Internacional apenas 1% de todos os bens que entram nos EUA é inspecionado.
No entanto, tais produtos falsificados não estão afetando apenas os consumidores.
“Em março de 2009, um administrador da NASA explicou para o subcomitê de Ciência e Tecnologia do Senado dos EUA que a descoberta de peças falsificadas foi parcialmente culpada pelos custos fora-de-controle e pode ter contribuído para o atraso de nove meses do lançamento da sonda Kepler. Ele disse, ‘Nós [poderíamos] descobrir sobre isso [peças falsificadas] enquanto estivéssemos num foguete, ou pior, quando estivéssemos no espaço’”, relatou a Aero-News Network em março de 2009.
Experiência pessoal do público
Após a exibição do filme, durante um debate aberto com vários especialistas da China, a californiana Nancy Weinstein se aproximou da plateia e disse, “Eu tinha uma empresa de móveis na China. Agora, eu não tenho nada!” Ela explicou como entrou num contrato de aluguel com um proprietário de Shanghai por um prédio, pagando mais de um milhão de dólares com antecedência. Pouco tempo depois, seus empregados foram intimidados pelo proprietário e abandonaram a fábrica. Então, ele removeu o inventário de móveis dela e retomou o edifício.
Ela foi a todas as agências do governo dos EUA, ao consulado chinês em Los Angeles, ao Escritório de Investimentos Estrangeiros para a China, ao consulado dos EUA, etc. Ela disse, “O Sr. Huang, que é o diretor do Ministério das Relações Exteriores de Shanghai, pediu que eu o contata-se. Huang disse que isso não era ‘nada’, que meus trabalhadores foram agredidos e suas vidas ameaçadas, que eles seriam espancados.” Ela não foi capaz de recuperar qualquer de suas perdas e foi inclusive chantageada pelo proprietário para abandonar o contrato.
Várias fontes indicam que, para fazer negócios na China, deve-se usar um advogado muito experiente que conheça o “sistema” chinês.
Morte por sucata chinesa
A crescente preocupação com a segurança de produtos chineses e a pressão das multinacionais para remover os rótulos de “lugar de origem” foram discutidas. A falta de fiscalização resulta em brinquedos, fórmulas de bebê, peixes, outros produtos alimentícios e materiais de construção venenosos, só para citar alguns.
A reciprocidade proclamada pelo presidente Bill Clinton quando a OMC aprovou a China não tem sido cumprida. Especialmente sua declaração, “Pela primeira vez, as pessoas na China serão capazes de comprar produtos feitos na América.” Com os salários crescendo na China, as multinacionais já estão se deslocando para países de mão de obra mais barata.
A grande maioria dos chineses não tem se beneficiado muito mais do que no passado em termos reais. Apenas o PCC e seus oficiais se beneficiam diretamente na China. As condições de “fábricas exploradoras” ainda existem, embora recentemente algumas estejam em edifícios novos, as condições de trabalho e remuneração ainda levam muitos trabalhadores chineses a cometerem ou ameaçarem suicídio. No início deste ano, os salários aumentaram 25% sobre um aumento de 100% em 2010.
Poluição
Fabricantes norte-americanos respeitam as questões ambientais pelo futuro de seu povo e país. O custo deste benefício não é correspondido na China. A China se tornou o país mais poluído do planeta. Algumas fontes de água chinesas estão poluídas demais para utilização na agricultura, pecuária ou para consumo humano, segundo o filme.
A China tem a maior taxa de natalidade com deformidade (defeitos congênitos) no mundo. De acordo com um relatório estatal de outubro de 2007 publicado no Chinaviewwordpress.com, a taxa de defeitos congênitos em 2001era de 104,9 em cada 10 mil nascidos, que subiu para 145,5 nascimentos em 2007, um aumento de 39%. A Índia, o segundo país mais populoso, estima 87,7 defeitos congênitos em cada 10 mil nascimentos até 2006, segundo o Fundo Materno-Infantil de Saúde e Educação.
A poluição do ar na China é tão extensa que está migrando para outros países ao redor do globo. Alguém poderia se perguntar, “Comprar produtos mais baratos realmente resulta em economia?”
A marcha de empregos para a China continua
Recentemente, tem havido uma tendência crescente de empresas de alta tecnologia e de altos salários irem para a China. Esses trabalhos incluem empresas aeroespaciais como a fábrica da Boeing de Long Beach que perdeu 900 empregos com altos salários recentemente.
A fabricação de chips de computador já não existe nos Estados Unidos.
Para trabalhadores norte-americanos, eles podem no futuro se tornarem o próximo mercado de trabalho do México ou China. Ou se poderia dizer, “Isso já aconteceu.” Uma grande empresa de equipamentos de acampamento parou antes de começar sua fábrica de saco de dormir numa pequena cidade de Utah devido a fatores econômicos ao redor do globo.
Comentaristas convidados no final do show incluíram Kai Chen, um ex-campeão de basquete e dissidente chinês em 1972. Ele tem lutado contra a invasão dos Institutos Confúcio, entre outras políticas do PCC, na sociedade norte-americana. Ele também está preocupado com o abandono dos EUA dos princípios fundadores norte-americanos de direitos humanos ao lidar com a China.
Anne Lau, uma ativista chinesa dos direitos humanos, também estava preocupada com a falta de direitos humanos na China e com a repressão chinesa de seu próprio povo.
A Dra. Dana Churchill, porta-voz dos ‘Médicos contra Colheita Forçada de Órgãos’, discutiu novas revelações que não só confirmam que praticantes do Falun Gong estão sendo usados para a captação de órgãos, mas para a venda de seus corpos vazios para empresas de exposição de corpo na China, que, em seguida, os exibem ao redor do mundo. Os prisioneiros da consciência são assassinados pelo PCC e seus órgãos e corpos vendidos.
Outros oradores incluíram tibetanos e chineses defensores dos direitos humanos.