Mortes em massa de pinguins, relatório inicial publicado
RIO DE JANEIRO, Brasil – A viagem longa e assustadora em busca da sua dieta de peixes e lulas em águas mais quentes se tornou fatal para pelo menos 500 pinguins. As aves chegaram à costa nas praias de São Paulo no início deste mês assustando moradores e ambientalistas. Além de pinguins e tartarugas, golfinhos e algumas aves marinhas também foram encontrados mortos.
Uma investigação inicial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) divulgou na semana passada que os pinguins morreram como resultado de uma mudança brusca de temperatura nas águas de sua migração.
No entanto, a chefe regional do IBAMA, Ingrid Maria Furlan Oberg, descreveu o número de animais mortos ainda dentro da faixa padrão para esta época do ano, dizendo que as mortes são resultado de causas naturais.
“Acreditamos que isto aconteceu por causa da frente fria, que os trouxe todos de uma só vez”, disse Oberg num comunicado publicado pelo jornal Estadão.
“No ano passado, tivemos poucos animais encalhados, mas em 2008, chegou a 1.000 pinguins mortos no litoral de São Paulo e outros 1.000 na Bahia”, disse ela.
Oberg baseia suas conclusões em reuniões com veterinários, biólogos, ambientalistas e pesquisadores do Centro de Formação e Pesquisa do Meio Ambiente (CEPEMA), ligada à Universidade de São Paulo (USP).
“Os exames detalhados, [e] a análise patológica, só serão concluídos em 30 dias, mas não há nada que indique uma causa anormal para essas mortes”, disse Oberg em sua declaração publicada pelo Estadão.
Ela também disse que o grupo que monitora animais marinhos encalhados não encontrou causas anormais de morte no exame até o momento.
De acordo com um comunicado da veterinária Cristiane Lassálvia publicado pelo jornal Folha Online, o aparecimento de pinguins é comum nesta época do ano, já que eles fogem do inverno na Patagônia.
“Na Patagônia, Argentina, eles comem anchovas, formando enormes cardumes, com centenas de milhares de peixes. Mas no litoral brasileiro, eles encontram sardinhas, que são muito mais rápidas que as anchovas e vivem em cardumes menores e mais dispersos”, disse Lassálvia.
Os animais que chegaram à costa vivos estão atualmente sendo tratados no aquário do litoral de São Paulo e do Centro de Reabilitação de Animais e Aves Marinhas em Guarujá, São Paulo.