Setor bancário espanhol cambaleia enquanto economia afunda em recessão
Após o rebaixamento de 26 bancos italianos no início desta semana, o Serviço de Investidores da empresa de classificação de crédito Moody rebaixou uma série de bancos espanhóis na quinta-feira. Fontes disseram que 21 bancos no total foram afetados. “Fontes no setor financeiro espanhol estão convencidas de que a agência rebaixará de maneira significativa a classificação de inúmeras instituições”, disse o jornal econômico espanhol Expansíon.
Os analistas do Moody publicaram um relatório no início desta semana afirmando que os bancos espanhóis “são vulneráveis à recessão e à crise imobiliária em curso. Os empréstimos problemáticos e as perdas continuarão a crescer, incluindo categorias como empréstimos hipotecários residenciais, empréstimos de PMEs, e os segmentos de crédito ao consumidor não abrangidos pelo decreto real recente. A vulnerabilidade dos bancos a estas condições adversas são um fator na revisão da classificação de muitos bancos espanhóis.”
No mês passado, os bancos espanhóis emprestaram um recorde 263,5 bilhões de euros (334 bilhões de dólares) do Banco Central Europeu (BCE), em parte devido ao medo de rebaixamento e, portanto, um aumento dos custos de empréstimos.
Temendo o colapso da economia espanhola, muitos residentes espanhóis perderam a confiança no sistema bancário do país. Durante a semana passada, residentes espanhóis retiraram um recorde de 1 bilhão de euros do Banco Bankia, banco que foi estatizado este mês e possui cerca de 10% do total de fundos da Espanha. Isto é semelhante ao fenômeno na Grécia, onde muitos gregos retiraram seu dinheiro dos bancos do país e investiram-nos no exterior, em países como Alemanha e Suíça.
O setor bancário instável é uma das principais razões pelas quais a economia espanhola entrou em recessão no primeiro trimestre de 2012, afundando 0,3% em comparação com o último trimestre de 2011. “A recessão está avançando num ritmo gradual, mas considerando a última pesquisa de negócios, parece que a contração na atividade econômica se alongará pelos próximos trimestres”, disse o economista Tullia Bucco do grupo UniCredit.