Monjas tibetanas que evitam “educação patriótica” comunista são expulsas de monastérios na China

02/12/2014 13:59 Atualizado: 02/12/2014 14:11

Dezenas de monjas tibetanas foram expulsas de seus monstários e templos por se recusarem a se submeter à “educação patriótica” imposta pelo regime comunista chinês.

Em 17 de novembro, a Voz da América informou que pelo menos 26 monjas de um templo da cidade de Nagqu, na província de Biru, no Tibete, foram expulsas desse templo por não terem se registrado num órgão do governo local da China para não terem que frequentar aulas de “educação patriótica”. De acordo com fontes que não quiseram se identificar, a “educação patriótica” foi instituída em grande escala na região em setembro deste ano como parte de um plano do governo chinês para ampliar o controle sobre seus territórios mais ocidentais.

Em 1950, o Exército da Libertação Popular invadiu e conquistou o Tibete e tornou-o uma província da China. Desde então, o regime comunista chinês tem sistematicamente destruído a cultura tradicional e o budismo tibetanos. Especialmente durante a Revolução Cultural (1966-1976), a maioria dos templos e mosteiros do Tibete foram destruídos ou fechados. Em 1976, apenas oito dos 2.700 mosteiros originais restavam.

Atualmente, o budismo tibetano sofre forte intervenção e controle do Partido Comunista Chinês (PCC) e o Dalai Lama, o líder espiritual do Tibete, encontra-se exilado na Índia e é considerado pelas autoridades chinesas como um “elemento separatista”.

Nos últimos anos, o PCC implementou várias políticas para reprimir o povo tibetano e negar seus direitos. Por exemplo, como relatado pelo Epoch Times, dois cantores populares tibetanos da cidade de Biru e vários escritores foram detidos no ano passado por falarem de “autonomia”.

Em março de 2008, depois a abusos opressivos políticos e socioeconômicos, vários protestos irromperam em Lassa, a capital do Tibete, bem como nas províncias de Qinghai, Gansu e Sichuan, onde vivem comunidades de minoria tibetana. Os protestos foram duramente reprimidos pela polícia e forças militares chinesas. O governo tibetano no exílio informou que cerca de cem pessoas foram mortas.

As monjas expulsas dos templos foram enviadas de volta para suas cidades natais. Algumas tiveram que se esconder nas montanhas para fugir do rígido controle imposto, informou a Voz da América.

Como forma de chamar a atenção do mundo sobre a forte opressão das autoridades chinesas sobre os tibetanos, desde fevereiro de 2009, pelo menos 133 tibetanos atearam fogo a seus corpos [autoimolação] no Tibete, China e Índia, segundo a International Campaign for Tibet.