Outro monge tibetano pôs fogo em si mesmo numa região rebelde no leste do Tibete na terça-feira, fazendo dele o 44º indivíduo a fazer isso desde fevereiro de 2009 em protesto contra a ocupação do regime chinês do Tibete.
Losang Lozin, de 18 anos, morreu depois que pôs fogo em si mesmo e o evento foi testemunhado por tibetanos locais do mosteiro Gedhen Tashi Choeling em Barkham, segundo grupos de direitos humanos tibetanos.
As autoridades chinesas tentaram entrar no mosteiro para tirar o corpo de Lozin, “mas os tibetanos locais se reuniram para impedi-los de prosseguir”, disse o Free Tibet. “Este escudo humano visa prevenir a remoção forçada de monges, como ocorreu no mosteiro Kirti em Ngaba no ano passado.”
Dois outros monges do mosteiro Choeling, onde vivia Lozin, também se puderam em chamas quatro meses atrás.
Durante o incidente, Lozin pôs-se em chamas no mosteiro e tentou andar para o escritório do governo municipal, disseram os monges ao grupo Campanha Internacional pelo Tibete.
“Depois de avançar apenas um pouco mais, as chamas se tornaram muito fortes e Losang Lozin caiu no chão. Ele morreu naquele local. Enquanto queimava, ele proferiu muitas coisas, mas ainda não está claro o que foi”, disse um tibetano que não foi nomeado, num e-mail para a organização. Os monges do mosteiro levaram seu corpo e o cremarão.
Dois monges exilados, Lobsang Yeshe e Kanyag Tsering, disseram que Lozin foi admitido no mosteiro em tenra idade e serviu como “um modelo de estudante tanto em seus estudos como em sua conduta pessoal”.
A Administração Central Tibetana disse que os tibetanos locais também bloquearam uma ponte em Barkham para evitar que um grande número de policiais chineses entrasse, por temor de que confrontos pudessem irromper entre as autoridades e moradores locais.
Lobsang Sangay, o primeiro-ministro tibetano no exílio, disse ao Washington Post, em entrevista exclusiva na semana passada, que as autoimolações são o resultado do desespero entre os tibetanos após décadas de repressão comunista chinesa.
“Os membros do Partido Comunista da China ditam o que os monges e monjas devem fazer, como devem orar e o que é permitido nos mosteiros”, disse ele.
Sanjay disse que não endossa as autoimolações dos tibetanos e outras “ações drásticas dos tibetanos”.
Na sequência das autoimolações, a China reprimiu mais duramente as áreas tibetanas, cortando até mesmo a eletricidade e as telecomunicações em algumas áreas para evitar a propagação de informações.