Moeda chinesa ganha espaço nas finanças internacionais

11/12/2013 12:09 Atualizado: 11/12/2013 12:09

A moeda nacional da China, chamada ‘yuan’ ou ‘reminbi’ (RMB), superou o euro em alguns segmentos do mercado financeiro internacional como moeda de escolha.

O yuan ultrapassou o euro recentemente no financiamento de cartas de crédito e cobrança, segundo a ‘Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication’ (SWIFT), uma rede de comunicação financeira internacional.

A ascensão do yuan ressalta a importância do Leste Asiático no comércio internacional.

“O RMB é claramente uma moeda de destaque no financiamento do comércio mundial e, mais ainda, na Ásia, como mostrado pelas estatísticas de inteligência de negócios da SWIFT sobre o ritmo em que os exportadores e importadores da China e seus homólogos usam o RMB para Cartas de Crédito”, disse Franck de Praetere da SWIFT.

Quase 9% das chamadas ‘cartas de crédito’ (LOC) – que são documentos padronizados para transações comerciais, incluindo o pagamento de obrigações – são agora baseadas no yuan. Em janeiro de 2012, menos de 2% das LOC foram nominadas em yuan.

O dólar dos EUA é a única moeda que é usada com mais frequência neste segmento de mercado, mas em extensão muito maior, responsável por mais de 80%. A participação do euro é responsável por quase 7%. O fato de o dólar contribuir para a maioria deste segmento de mercado é devido ao fato de que a maioria do comércio de commodities ocorre em dólar.

Ascensão da China

A ascensão do yuan reflete a crescente importância econômica da China e do aumento das exportações chinesas. Como a segunda maior economia do mundo, a China busca um papel de maior destaque para sua moeda no comércio global e os investimentos do Estado chinês continuam a afrouxar os controles sobre a taxa de câmbio.

“Já não é favorável para a China acumular reservas em moeda estrangeira”, disse Yi Gang, vice-diretor do banco central, num discurso organizado pelo Fórum 50 dos Economistas da China na Universidade Tsinghua, em 19 de novembro. Yi acrescentou: “A maioria das pessoas está feliz (com a ascensão do yuan), mas não expressam suas opiniões. Há também uma minoria que está infeliz, mas estes podem falar bastante.”

Fortalecimento do yuan

De acordo com a Bloomberg, o yuan apreciou 2,3% em relação ao dólar este ano, o melhor desempenho entre 24 moedas de mercados emergentes acompanhadas pela Bloomberg.

Yi declarou no mesmo discurso que a taxa real de câmbio do yuan aumentou cerca de 39% desde a reforma cambial em julho de 2005. Os líderes do Partido Comunista Chinês concluíram uma reunião de definição de políticas-chave em meados de novembro e acelerar a abertura de contas de capital era um dos principais objetivos do setor financeiro.

O fortalecimento do yuan também aumentou o preço das exportações chinesas e diminuiu a competitividade do país como a fábrica do mundo. As empresas estão se voltando cada vez mais para outros países asiáticos, como Indonésia, Malásia, Tailândia e Índia, para instalação de fábricas e produção.

Mas a China não se intimidou. De acordo com o Wall Street Journal, os planejadores políticos chineses também estão ansiosos para deixar o mercado desempenhar um papel maior na determinação da taxa de câmbio do yuan.

Zhou Xiaochuan, o governador do Banco Popular da China, também disse que o banco central quer eliminar progressivamente a intervenção no mercado de câmbio, segundo a reportagem do Wall Street Journal.