Diferenciação e aumento de valor agregado nos vestuários é o caminho para o desenvolvimento da moda brasileira, é o que aponta uma das primeiras consultoras de moda do Brasil, Geni Rodio.
“Moda é para alavancar possibilidade de grandes negócios. Eu acho muito mais vantajoso e parece muito mais razoável de começar a pensar em nichos de mercado realmente, do que pensar em grandes [negócios]”, disse Geni.
Nichos de mercado são formados por consumidores qualificados, ou seja, que são mais exigentes quanto ao conceito do produto e sua cadeia produtiva.
Geni explica que a moda é ampla, vai além do modelo da roupa e está estreitamente ligada à economia. “Eu costumo dizer muito isso, que é muito importante que a gente tenha uma visão mais ampla do modelinho da roupa, sobre o que vai usar e o que não usar, até porque o que vai usar e o que não vai usar está muito mais ligado a quanto ela [a roupa] vai custar, do que qualquer outra coisa”, disse Geni.
No ambiente competitivo mundial, o Brasil exporta US$ 1,9 bilhões de têxteis e vestuários por ano ocupando a 41ª posição, segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI).
Em relação ao primeiro maior exportador de tecidos e vestuários do mundo, a China, o Brasil não tem muito do que se vangloriar. Anualmente, o país asiático exporta ao mundo US$ 167 bilhões de dólares entre tecidos e roupas. Neste sentido, competir com a China parece inviável.
E a consultora confirma que este “bonde” o Brasil já perdeu.“O que vai sobrar para nós é realmente nicho mesmo. É fazer coisas diferenciadas para públicos diferenciados e tentar vender com mais valor agregado, ou então trabalhar para grandes conglomerados, ou prestação de serviços, que é uma coisa muito interessante. Esse é o caminho que eu vejo”, disse.