Miss Canadá é recebida como heroína por sua luta pelos direitos humanos

06/12/2015 02:27 Atualizado: 06/12/2015 02:27

A Miss Canadá, Anastasia Lin, voltou para o Canadá em meio a aplausos e flashes depois de passar uma semana em Hong Kong, onde ganhou atenção internacional devido à sua tentativa de participar da Final Mundial do concurso Miss Universo, na cidade chinesa de Sanya, onde que foi impedida pelo governo chinês.

“Viva a Rainha Anne”, dizia um dos cartazes entre um grupo de 30 ou mais pessoas que apareceram para cumprimentar a rainha da beleza no Aeroporto Internacional Toronto Pearson. Ao ser perguntada por repórteres sobre a sua experiência, Lin disse que não esperava que a situação tivesse este desfecho.

“Eu não esperava que o ocorrido se tornasse um incidente internacional, isso é certo. Quando eu fui lá, meu único propósito era realmente o de representar o Canadá no concurso”, disse ela em entrevista ao Epoch Times, sobre a sua chegada.

O fato de Lin ter se tornado Miss Canadá trouxe mais atenção para o concurso de beleza do que o mesmo já teve há anos: ela denunciou publicamente as ameaças que seu pai vinha recebendo na China pelo serviço de segurança chinês, no intuito de silenciar sua filha a falar sobre as graves violações dos direitos humanos no país.

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Anastasia Lin foi nomeada Miss Canadá em uma cerimônia em Vancouver, no dia 16 de maio de 2015. (Andrew Chin)

Lin fez campanha para sua coroa baseada em uma plataforma sobre liberdade religiosa e direitos humanos. Ela tem falado publicamente contra a perseguição do Partido Comunista Chinês ao Falun Gong e a outros grupos na China.

“Eu entrei no concurso de Miss Universo porque o tema era ‘Beleza com um propósito’. Eu acho que eu represento valores que são muito centrais para os canadenses: liberdade, tolerância e diversidade. Esse era o meu desejo inicial. ”

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“Obviamente, esses valores não são partilhados por todos os governos. Embora eu esteja triste por não estar em Sanya, recebi o apoio unânime de todo o mundo. Eu realmente aprecio isso. ”

Lin disse que esperava ser capaz de passar despercebida em Sanya, com um visto de pouso, e não ser discriminada. Ela disse que isso teria ajudado a reputação da China  internacionalmente.

“Mas eu acho que nós os superestimamos um pouco. Mas, no geral, eu tenho conseguido meu objetivo: que agora as pessoas estejam informadas sobre esse tipo de história. Porque não é só o meu caso, esta é apenas a ponta do iceberg.”

Ela revelou um amplo esquema perverso utilizado pelo governo comunista chinês: usar vistos e familiares como ‘moeda’ para silenciar pessoas fora da China.

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Anastasia Lin no Aeroporto Internacional de Hong Kong, 26 de novembro, quando foi impedida de entrar na China para participar do concurso Miss Universo. (AP Photo / Kin Cheung)

“Uma das vantagens de ter tido a entrada negada em Sanya foi passar uma semana em Hong Kong. As pessoas de lá são tão calorosas, e elas realmente te compreendem. É porque elas estão tentando defender sua própria liberdade, polegada por polegada, em seu próprio quintal;  você pode ver isso neles: eles realmente valorizam quando alguém fala por eles. Eles estão conscientes do quanto a liberdade é importante, o quanto é preciosa”, disse ela.

Lin disse que não tem planos imediatos sobre o que fazer daqui para frente, mas ela quer usar sua convicção para falar por aqueles que sofrem opressão. Ela disse que o título de Miss amplificou sua voz, e que ela agora está considerando suas opções.

Com toda a atenção da mídia, Lin disse que durante suas entrevistas as pessoas tendem a prestar atenção especialmente numa coisa, em sua determinação em defender o que é correto: “Se você persistir, se você ficar do lado que você sabe que é o certo, então uma mudança virá, possivelmente.”

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