Ministro israelense diz que Brasil é irrelevante no cenário político mundial

24/07/2014 23:20 Atualizado: 25/07/2014 13:45

Depois da decisão controversa de convocar diplomatas brasileiros sediados em Israel, em uma espécie de protesto contra a dura reação israelense contra terroristas do Hamas sediados na faixa de Gaza, o Brasil foi duramente criticado. O ministro do exterior israelense declarou publicamente que por conta de decisões desse tipo o Brasil é irrelevante no cenário político mundial.

“Esse tipo de conduta mostra porque o Brasil, grande potência cultural e econômica, fica irrelevante na arena mundial”, disse o ministro israelense.

O ministro disse ainda: “O relativismo moral por trás deste movimento faz do Brasil um parceiro diplomático irrelevante, aquele que cria problemas em vez de contribuir para soluções.”

Na noite de ontem (23), o ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota em que convoca o embaixador brasileiro “para consultas”. Essa postura é tomada sempre que um governo demonstra não estar de acordo com decisões tomadas pelo país em que o representante está. A reação do Brasil foi baseada no fato de achar “inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina”.

“Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças. O Governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes. Diante da gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema”, explica o texto brasileiro.

A reputação do Brasil, principalmente nos últimos anos, em que sofremos governos de esquerda, tem sido cada vez mais prejudicada. As questões de Honduras, Paraguai, fuga do senador Boliviano Rogério Molina e agora Israel, têm contribuído cada vez mais para que o mundo tenha a clara impressão de que o Brasil é governado por políticos impulsivos e inconsequentes.

Na questão do impeachment de Fernando Lugo, que foi legalmente afastado do governo do Paraguai, o Brasil também convocou o embaixador sediado no país para dar explicações sobre o caso.

Não podemos esquecer que Israel combate contra o terrorismo. O Hamas recruta homens, mulheres e crianças. Armazena armamentos em hospitais, residências familiares e abrigos anti-bomba. Lembramos também que os guerreiros do Hamas não são militares, no momento em que a máquina de propaganda divulga o número de mortos na faixa de Gaza, estão aí sempre incluídos, como civis, os terroristas do grupo Hamas, que controla a faixa de Gaza.

Há pouco tempo o cônsul israelense no Brasil explicou como se dão os ataques de Israel contra o Hamas. Veja:

“Primeiro, se envia panfletos solicitando à população que deixe o local — o que é contraproducente para o país porque permite a saída dos terroristas e às vezes até a retirada de mísseis. Segundo, Israel liga por telefone para locais próximos para avisar que irá bombardear tal local por ter explosivos ou terroristas, etc. O terceiro é uma pequena bomba, sem explosão, que não causa dano, mas emite uma aviso sonoro e alerta que aquela área será atacada. Quero avisar vocês que não recebemos panfletos, nem telefonemass e nem nenhuma informação prévia quando eles mandam os mísseis em direção à Israel. Mandam sem distinção. Nas últimas duas semanas, recebemos em média 100 mísseis por dia. Não somento no Sul, mas alguns de longo alcance chegaram a Tel Aviv e Haifa. Nós temos mísseis para proteger nossa população. Eles usam a população para defender seus mísseis.”

Pressiona-se Israel para que haja o cessar fogo e coloca-se o Hamas na posição de vítima. A pauta de reivindicação do grupo é extensa, e o objetivo final de todas é simplesmente que os Israelenses abandonem Israel.

O Brasil precisa aprender a ser racional, observar e avaliar o que está realmente acontecendo, não simplesmente apoiar aquele que se faz de mais fraco, ou tomar a decisão que soa como politicamente correta. Nessas questões, dado o nível de nossos governantes, o mais racional seria permanecer calado, não se intrometer naquilo que não se conhece a fundo, e não nos diz respeito.

Perguntado se há possibilidade de paz, o cônsul respondeu:

“Não podemos discutir com uma organização que quer nossa destruição (o Hamas). Mas quero lembrar que Yasser Arafat e a OLP, durante muito tempo, tinham visões similares. Estou falando de vinte anos atrás. Tinham a visão de que tinham de destruir e depois mudaram. Não porque passaram a gostar de Israel, mas porque viram que não dá certo. O Egito também tentou. O presidente chegou a dizer que gostaria de outro vizinho, que tentou destruí-lo cinco vezes, mas não deu. Então sentamos e conversamos com eles. Mas não vemos a possibilidade de conversar e negociar com um governo palestino de unidade nacional em que o Hamas faça parte.”

Sociedade Militar