Ministério da Saúde chinês quebra tabu de 13 anos sobre qigong

09/06/2012 03:00 Atualizado: 09/06/2012 03:00

Um artigo do Diário da Manhã de Yangcheng, de 10 de novembro de 1998, diz que 5 mil praticantes do Falun Gong realizaram os exercícios da prática num parque em Guangzhou. (Cortesia do Minghui.org)Mudança é vista como preparação para acabar com a perseguição ao Falun Gong

A antiga prática chinesa de qigong, uma forma tradicional chinesa de exercício, de repente se tornou notícia quente na China. Por 13 anos, a mídia estatal difamou e caluniou o qigong, mas novos artigos de repente estão divulgando seus benefícios, um sinal de que a liderança chinesa está mudando seu tom.

Discussões na mídia continental, bem como conversas online, estão repletas de especulações que Pequim está transformando sua abordagem sobre a perseguição aos praticantes de qigong; principalmente sobre aqueles que praticam o Falun Gong.

Médicos de vários hospitais participaram recentemente de um curso de treinamento de qigong de nove dias, e os benefícios foram publicados num relatório do Departamento de Saúde da Província de Gansu. O porta-voz do Ministério da Saúde comentou positivamente sobre o relatório, efetivamente quebrando um tabu na China de 13 anos sobre o qigong.

Shi Zangshan, um especialista em China baseado em Washington DC, disse ao Epoch Times que o relatório sobre a sessão de treinamento de qigong é notícia quente e só poderia ocorrer com a permissão de altos oficiais.

“O tipo de qigong promovido pelo Departamento de Saúde de Gansu inclui um exercício de pé e um sentado. O Falun Gong também tem algo similar. Em outras palavras, as autoridades já não evitam mencionar a semelhança”, disse Shi.

Shi acrescentou que o fato de o relatório não ser censurado indica que o primeiro-ministro Wen Jiabao e seus apoiadores ganhavam o controle político.

Depois do ex-líder chinês Jiang Zemin iniciar a perseguição ao Falun Gong em 1999, o qigong tornou-se um assunto tabu na China, especialmente na mídia chinesa controlada pelo regime comunista.

No artigo de 31 de maio, publicado na mídia estatal Xinhua, um porta-voz do Ministério da Saúde reconheceu o esforço do Departamento de Saúde de Gansu em ajudar os profissionais médicos a entenderem e aprenderem mais sobre a medicina tradicional chinesa e suas práticas.

“A humanidade continua a ganhar uma compreensão mais profunda das ciências da vida e continua a ter novas descobertas”, disse o porta-voz, segundo o Xinhua. “No nível acadêmico, nós encorajamos a exploração teórica, experiências inovadoras e o debate.”

De acordo com o artigo, 47 funcionários de saúde ganharam enormes benefícios do curso de qigong realizado em meados de maio.

Liu Weizhong, o chefe do Departamento de Saúde de Gansu, recomendou aos funcionários do hospital provincial que aprendessem qigong e aplicassem-no em sua prática clínica. Várias mídias chinesas também publicaram artigos sobre o currículo, a carreira médica de Liu e como ele se interessou pelo qiqong.

Praticantes do Falun Gong se exercitam em grupo no Lago do Sol e Lua em Taiwan em 2010. (Song Bilong/The Epoch Times)De acordo com agências estatais, no início de 1999, entre 70 e 100 milhões de chineses praticavam o Falun Gong no continente. Em 1998, o Departamento Desportivo realizou um amplo levantamento e descobriu que 97,9% dos mais de 10 mil praticantes do Falun Gong entrevistados relataram melhorias em sua saúde e uma queda acentuada em suas despesas médicas.

“O Falun Gong oferece centenas de benefícios ao povo chinês e à nação e nenhum prejuízo”, de acordo com o relatório de 1998 de Qiao Shi, ex-presidente do Congresso Nacional Popular.

Recentemente, uma fonte bem posicionada em Pequim disse ao Epoch Times que os principais líderes no Politburo do Partido Comunista Chinês chegaram a um consenso sobre o Falun Gong, que a prática deve ser retratada, que todos os que foram tratados como criminosos sob a proibição dos últimos 13 anos devem ser libertados, que a proibição deve ser encerrada e que os praticantes devem receber uma compensação.

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.